Passos Coelho pede um envolvimento “descomplexado” do PS

Primeiro-ministro apela ao sentido de responsabilidade do PS e desafia António José Seguro a dar o seu contributo para fixar o limite da despesa corrente primária.

Foto
Passos Coelho diz-se disponível para se “sentar e conversar” Bruno Simões Castanheira (arquivo)

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, desafiou nesta segunda-feira António José Seguro a dizer qual a proposta do Partido Socialista para limitar a despesa corrente primária, esperando por este contributo do PS na elaboração do documento de estratégia orçamental. Passos espera da parte do PS “um envolvimento mais descomplexado, mais disponível” para conversar sobre esse assunto.

O primeiro-ministro afirmou, em Tondela, durante a inauguração do centro logístico da empresa Fresenius Kabi/Labesfal, que está “atento” ao que diz o líder socialista e disse estar disponível para se “sentar e conversar” quanto a compromissos “importantes para o futuro do país”.

“Nós temos a nossa proposta mas, uma vez que vamos elaborar um documento de estratégia orçamental, que deverá incluir uma trajectória para o défice público até 2017, era importante que o Partido Socialista trouxesse também activamente uma proposta nesse sentido”, disse, lembrando que é preciso explicar como pretendem atingir o valor proposto e que políticas devem ser seguidas “para lá chegar”.

Para Passos Coelho, é preciso “dar confiança” para reduzir o risco da dívida portuguesa e melhorar as condições de crescimento do país nos próximos anos e, como tal, “era muito importante”, nomeadamente para os investidores externos, que o principal partido da oposição esteja “comprometido com esse objectivo”. “O país beneficiava com isso”, sustentou.

Passos Coelho apelou ao sentido de responsabilidade do PS e sublinhou que todos devem fazer um esforço para “fugir ao debate político mais conjuntural” ou “à necessidade de afirmação política que os partidos têm” para um entendimento quanto a objectivos de médio prazo para a economia portuguesa.

“O Partido Socialista não se confundirá com o Governo se olhar para a realidade como ela é e a realidade, desse ponto de vista, não tem nuances ideológicas”, concluiu.

“Olhar 2004 com optimismo”
Na inauguração da nova unidade logística da empresa farmacêutica, Passos Coelho comentou os dados do INE (Instituto Nacional de Estatística), chamando a atenção para o indicador de actividade económica que registou em Novembro de 2013 o valor “mais elevado” desde Fevereiro de 2011. Destacou também os números da taxa de desemprego (em Janeiro de 2013 era de 17,7% e em Novembro de 15,5%) para afirmar que os resultados convencem a “olhar o ano de 2014 com optimismo redobrado”.

“Apesar de termos um nível de desemprego muito elevado, na verdade nós temos registado uma redução contínua desde há um ano a esta parte”, frisou.

O governante disse ainda acreditar que as taxas de juro da dívida pública a dez anos, que caíram abaixo dos 5%, podem continuar a descer. “O nível de risco medido através das taxas de juros da dívida pública tem caído consideravelmente, mas o nível de confiança, medido também através dos investimentos que são feitos na nossa economia, expressam um compromisso de futuro com o crescimento em Portugal”, concluiu o primeiro-ministro.

 
 

Sugerir correcção
Comentar