PSD defende que PS deve "ajudar a tirar a troika" de Portugal

Marco António Costa apela a Seguro para ponderar sentido de voto sobre o Orçamento do Estado para 2014

O porta-voz do PSD defendeu esta segunda-feira que o PS deve trabalhar com o Governo para o sucesso das oitava e nona avaliações do programa de resgate a Portugal e ajudar a "tirar a 'troika' de Portugal".

"Aquilo que seria desejável é que o maior partido da oposição, aquele que trouxe a troika para Portugal, nos ajudasse também agora a tirar a troika de Portugal, obtendo uma oitava e nona avaliação com sucesso e, com isso, o regresso de Portugal aos mercados de forma plena", afirmou Marco António Costa, numa conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, em Lisboa, em que apelou ao PS para que pondere o seu sentido de voto em relação ao Orçamento do Estado para 2014.

Questionado, depois, sobre o "pacto para defender as funções sociais do Estado na educação, na saúde e na segurança social" que o secretário-geral do PS, António José Seguro, propôs ontem, o porta-voz do PSD alegou que tem sido o actual Governo a defender as funções sociais do Estado postas em risco pela anterior governação socialista.

"Esse pacto tem estado a ser construído permanentemente", defendeu Marco António Costa, acrescentando que o PS é que "não tem revelado nenhuma disponibilidade para consenso".

Antes, o porta-voz do PSD sustentou que, neste momento, "os indicadores da atividade económica e os índices de confiança revelam uma evolução muito favorável para o país", e considerou que isso deveria ser "um estímulo" para que o PS "abandone a sua postura negativa relativamente ao diálogo com o PSD e o Governo", deixe de promover "um ambiente negativo" e de "fugir ao país e às suas responsabilidades".

Marco António Costa assinalou que "na próxima semana regressam a Portugal aqueles a quem o anterior Governo do PS pediu ajuda financeira" e recordou "o apelo à concertação com os partidos da oposição no âmbito dos exames regulares da 'troika'" feito pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, na Assembleia da República, no final de Julho, durante o debate da moção de confiança apresentada pelo executivo PSD/CDS-PP.

"O consenso não se apregoa, pratica-se. Apelamos, por isso, a que o líder da oposição coloque em primeiro lugar os interesses de Portugal e, em nome dos mesmos, trabalhe lado a lado com o Governo na criação das condições de recuperação plena da nossa soberania financeira e no cumprimento futuro dos objetivos orçamentais constantes do tratado orçamental e da Lei de Enquadramento Orçamental, que também mereceu a confiança e a aprovação do PS", acrescentou.

Segundo o porta-voz do PSD, a oitava e a nona avaliações da troika significam "o fim do resgate financeiro que o PS pediu em maio de 2011 e a recuperação plena da independência e da soberania do Estado português sob o ponto de vista financeiro".

"Isto é, aquilo que se exigia, sob o ponto de vista político, ao PS era que tivesse a decência de, num momento determinante destes para a vida coletiva dos portugueses, se associar ao país e ao Governo num esforço coletivo que está a ser por todos", reiterou.

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