Jerónimo de Sousa confia numa grande adesão à greve

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Jerónimo de Sousa Raquel Esperança

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, afirmou-se confiante numa grande mobilização dos trabalhadores portugueses para a greve geral da próxima quinta-feira durante uma acção de sensibilização dos trabalhadores da Visteon, em Palmela.

"Nós confiamos que vai haver uma grande participação nesta greve geral, em que há um sentimento muito forte de descontentamento mas também de dignidade, que fará ecoar o grito a dizer que basta desta política, basta deste governo", disse o líder comunista.

"No quadro desta política, que nos está a levar ao caminho do afundamento e do desastre, os trabalhadores portugueses têm razões para lutar", defendeu.

No contacto com trabalhadores da unidade industrial de Palmela, que se dedica ao fabrico de componentes para a indústria automóvel, designadamente auto-rádios e compressores, Jerónimo de Sousa ouviu também a denúncia de situações de precariedade extrema.

De acordo com o relato de duas sindicalistas, a Visteon tem cerca de 1.250 trabalhadores, a que se juntam diariamente até cerca de 200 trabalhadores temporários em situação de grande precariedade, com contratos semanais.

"Este nível de exploração assume carácter de requinte, porque os jovens trabalhadores quando estão quase a completar um ano são mandados embora, para não receberem o subsídio de desemprego. Passados uns meses, voltam a chamá-los", disse Jerónimo de Sousa, considerando que se trata de uma "exploração quase de nível feudal".

"É isto que nós consideramos uma exploração quase ao nível feudal. É um retrocesso laboral e civilizacional de exploração e empobrecimento de quem trabalha", frisou o líder comunista.

Descontente com o rumo que o actual governo PSD-CDS/PP está a seguir, que diz contribuir apenas para agravar ainda mais os problemas do país, Jerónimo de Sousa, além do apelo à mobilização para a greve geral de quinta-feira, renovou também o pedido de eleições antecipadas.

"Devolva-se de novo a palavra ao povo, trave-se esta ofensiva contra os direitos de quem trabalha, de quem vive da sua pensão ou reforma", disse.

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