Bloco acusa Governo de regressar “à escola da naftalina” e de antagonizar professores

CDS apela ao consenso entre professores e Governo para que não haja greve no dia do exame nacional de Português.

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Luís Fazenda é dos notáveis que não se recandidata Pedro Cunha/Arquivo

O dirigente e deputado do BE Luís Fazenda saudou nesta quinta-feira o anúncio da greve geral dos professores e criticou a política de educação do Governo nestes dois anos, em que, disse, se registou um “corte orçamental superior a 1500 milhões de euros” na escola pública com uma dispensa acrescida de “50 mil professores”.

Os professores têm uma greve marcada ao serviço de avaliações para os dias 7, 11, 12, 13 e 14 de Junho e aos exames nacionais de Português marcados para o dia 17. 

 “Voltámos à escola da naftalina e do antigamente”, acusou Luís Fazenda durante o período de declarações políticas na Assembleia da República. O dirigente do BE começou por afirmar que “o país tem vindo a ser sobressaltado nos últimos dias, felizmente, por uma greve geral dos professores” contra o “atrofiamento da escola pública” e enalteceu a solidariedade da sociedade perante os professores transformados “em bodes expiatórios” desta governação. 

Luís Fazenda criticou duramente “o contorcionismo” do ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, e desafiou o Executivo a definir claramente se o regime de mobilidade especial será ou não aplicado aos professores. "O Governo não põe preto no branco que não se aplicam aos docentes nem a mobilidade especial, nem o despedimento, nem o horário das 40 horas", disse.

Nesta altura do debate parlamentar, ainda não tinha terminado a reunião entre o Governo e a Fenprof, da qual o sindicato de professores saiu com a garantia do Ministério da Educação de que o regime de mobilidade especial vai avançar apenas a 1 de Fevereiro de 2014.

Pelo CDS, que também privilegiou o tema da greve dos professores na sua declaração política, o deputado Michael Seufert manifestou esperança que das negociações entre Governo e sindicatos saia ainda “um acordo que permita evitar a greve anunciada às avaliações e aos exames”. Esta greve, disse o deputado centrista, “não é uma greve normal de segunda-feira”, mas uma greve que prejudica os alunos e põe em causa o esforço lectivo também dos professores.

“É uma greve sectorial da educação marcada para as avaliações e os exames nacionais”, criticou. Michael Seufert lembrou que “a greve é um mecanismo legítimo e constitucional, mas é também um direito que no seu uso tem sempre de ser ponderado face aos transtornos que gera. Esta greve, nestes dias, põe em causa o esforço dos professores, desorienta a vida dos pais e das famílias e apaga o brio do trabalho dos professores”.

O regime de mobilidade especial, a redução lectiva em função da idade e o aumento do horário de trabalho de 35 para 40 horas semanais foram os principais temas abordados no debate, com os partidos da oposição - PS, PCP e Bloco - a criticarem a atitude do Governo, que coloca "pais contra professores", "professores contra alunos" e "alunos contra professores".

 
 
 
 

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