Chipre recebe primeira tranche do resgate financeiro

Envelope financeiro é garantido pelo Mecanismo Europeu de Estabilidade, reforçado este mês pelos países da zona euro.

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A reabertura dos bancos em Nicósia, no final de Março Nuno Ferreira Santos

A primeira tranche do resgate financeiro a Chipre, que totaliza dez mil milhões de euros, foi transferida nesta segunda-feira para as autoridades de Nicósia, revelou o Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE).

Para os cofres do Estado cipriota foram transferidos dois mil milhões de euros e, até 30 de Junho, serão desembolsados mais mil milhões. O envelope financeiro garantido pela União Europeia “servirá as necessidades de financiamento do sector público cipriota e as finanças públicas do país”, permitindo que o Governo de Nicos Anastasiades implemente “as reformas necessárias para reconstruir a sua economia de forma sustentável”, considera o mecanismo europeu.

No início do mês, os 17 países da zona euro transferiram para o MEE 16 mil milhões de euros, aumentando o capital do fundo de resgate permanente para 48 mil milhões euros.

Uma outra parte do resgate a Chipre provirá de uma tributação que pode atingir 60% nas contas bancárias superiores a 100 mil euros no principal banco do país, o Banco de Chipre. O segundo maior banco da ilha mediterrânica, o Laiki, entrará em liquidação.

No quadro do plano de resgate negociado até 2018, Chipre deverá igualmente aumentar os impostos, reduzir os efectivos da função pública e privatizar algumas empresas públicas, medidas exigidas pelos credores internacionais como contrapartida para receber financiamento externo.

A discussão do plano de resgate chegou a ter como proposta a tributação de todos os depósitos bancários, ideia que provocou uma onda imediata de contestação, fazendo temer uma crise bancária no país.

Por prevenção, os balcões dos bancos estiveram encerrados durante 14 dias e, durante esse período, o dinheiro só podia ser levantado em caixas automáticas.
 
 

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