Projecto do Governo para o crescimento económico "está coxo”, diz a CGTP

Foto
"Tudo o que vier no sentido da convergência é sempre bem-vindo", diz o líder da CGTP Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeu hoje que o projecto do Governo para o crescimento e o emprego "está coxo”, considerando que “não responde às questões estratégicas que podiam resolver os problemas da economia”.

“Este pacote está coxo, porque procura repetir medidas que anteriormente já demonstraram que não têm eficácia e, em segundo lugar, porque não responde às questões estratégicas que podiam resolver os problemas da economia”, afirmou hoje à Lusa o líder da CGTP, depois do ministro da Economia ter divulgado a estratégia para o crescimento económico em Portugal.

Arménio Carlos considerou que o projecto que saiu do Conselho de Ministros extraordinário “está coxo e, em vez de dar resposta aos problemas, procura iludi-los para dar sequência à mesma polícia de austeridade”.

O líder da CGTP apontou ainda a "contradição" entre as medidas anunciadas e o actual contexto em que o próprio Governo admite que a política que vai prosseguir assenta na austeridade: “Não é possível por a economia a crescer quando ela é esmagada pela austeridade”.

“Os incentivos às empresas deixam de fora o que é fundamental, que é a dinamização do mercado interno e não há nenhuma medida específica para as empresas que atuam no mercado interno que só vão vender mais se o poder de compra aumentar”, criticou, alertando para a necessidade de uma política que “olhe para o mercado interno”.

Para a central sindical, as medidas anunciadas resumem-se “à reedição e ao reforço dos incentivos às empresas e à criação de mais benesses sem contrapartidas, acentuando ainda mais a política de austeridade”.

“É neste quadro que, ao mesmo tempo que os cidadãos são esmagados com impostos, se pretende um desagravamento generalizado, significativo e gradual do IRC pagos pelas empresas e sem condições”, acrescentou.

O Governo apresentou hoje um documento que pretende servir de "memorando de crescimento e emprego" para o país e que prevê a criação de uma "instituição financeira especializada" no financiamento das Pequenas e Médias Empresas (PME).

O documento, divulgado após um Conselho de Ministros extraordinário dedicado ao tema, destaca a criação de uma "Carta Missão" para a Caixa Geral de Depósitos (CGD) reforçar o "papel no financiamento à economia".

"A CGD deve liderar a concessão de crédito à economia, às PME", declarou o ministro da Economia, Álvaro Santos Pereira, na apresentação do documento que será agora enviado aos parceiros sociais e restantes partidos políticos.

Sugerir correcção
Comentar