Lloyds Bank remunera Horta Osório em três milhões de euros referentes ao ano de 2012

O português António Horta Osório, presidente do Lloyds Banking Group teve uma remuneração próxima de três milhões de euros inscrita nas contas de 2012, avançou o Sunday Times.

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O português foi gestor do português Banco Santander Totta Leon Neal/AFP (arquivo)

O português António Horta Osório, presidente do Lloyds Banking Group, a segunda maior instituição financeira do Reino Unido, teve uma remuneração próxima de três milhões de euros inscrita nas contas de 2012, avançou neste domingo o jornal Sunday Times.

De acordo com a agência Bloomberg, que cita o jornal inglês, o Lloyds pagou mais de um milhão de euros a mais de 20 funcionários no ano passado.

O relatório anual do banco britânico será divulgado esta semana e o Sunday Times não revelou a origem desta informação, que não foi até ao momento desmentida pelo Lloyds.

No início de Março, quando divulgou os resultados de 2012, marcados por um prejuízo de 1,5 mil milhões de euros, o Lloyds tinha revelado que Horta Osório iria receber um prémio de desempenho de 1,7 milhões de euros, mas que o mesmo seria adiado até 2018, estando dependente da evolução das acções da instituição financeira.

O banco adiantou em comunicado que os funcionários vão ter um bónus total de 365 milhões de libras (428 milhões de euros), apesar de os prejuízos registados no exercício do ano passado.

Na ocasião, o presidente não executivo do banco, Winfried Bischoff, considerou que o Lloyds tinha mostrado “moderação” na sua política de prémios.

“Enquanto o Lloyds Banking Group continuou a mostrar contenção nos prémios anuais, acreditamos que os nossos empregados serão recompensados pela sua contribuição no sentido de concluir o plano de reestruturação”, afirmou.

O Lloyds reduziu os prejuízos em 50% em 2012 em relação ao ano anterior, para os 1.343 milhões de libras (1.560 milhões de euros), apesar das indemnizações milionárias pela venda indevida de seguros.

Num comunicado, o banco, que foi parcialmente nacionalizado em 2008, adiantou que os prejuízos se deveram em grande parte às provisões que teve de efectuar para compensar os clientes aos quais vendeu de forma inadequada seguros de protecção e contra a volatilidade das taxas de juro.

Para fazer frente a estas indemnizações, a instituição financeira, em que o Estado britânico detém 39%, disponibilizou 3.575 milhões de libras (4.150 milhões de euros) o ano passado.

No total, o custo das indemnizações alcança já os 6.800 milhões de libras (7.900 milhões de euros).

O plano de reestruturação do grupo financeiro inclui o despedimento de 15.000 trabalhadores e a venda de mais de 600 sucursais ao Cooperative Bank, transacção actualmente em curso.

Horta Osório, anterior gestor do português Banco Santander Totta, mostrou-se convencido de poder voltar aos lucros e adiantou que vai continuar a investir “num modelo de um banco mais pequeno, centrado no Reino Unido, mais simples, de menos risco e centrado na atenção ao cliente”.
 

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