Greve da CP marcada para 6 de Março

O sector dos transportes vai manifestar-se em Lisboa no dia 9. Sindicalista acusa Governo de não querer negociar.

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Maior impacto negativo virá da CP, da Parpública, da EDIA e da TAP João Gaspar

Os sindicatos e comissões de trabalhadores do sector ferroviário agendaram uma greve para 6 de Março na CP e na CP Carga, tendo também decidido a mesma forma de luta na REFER para o dia seguinte.

Em declarações à agência Lusa, o coordenador da Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), José Manuel Oliveira, explicou que a decisão destes dois dias de greve saiu de uma reunião que decorreu nesta sexta-feira em Lisboa e na qual estiveram sindicatos e comissões de trabalhadores que abrangem todo o sector ferroviário.

Segundo o sindicalista, os trabalhadores do sector continuam “a não ter qualquer interlocutor com disponibilidade para fazer um processo de negociação que possa contribuir para a resolução do problema, apesar dos reiterados pedidos que têm sido feitos ao Governo”.

“Como as coisas se arrastam e estão em preparação mais medidas que vão atacar os trabalhadores da função pública, estas greves são mais uma forma de voltarmos a colocar os problemas para ver se alguém tem disponibilidade para os resolver”, explicou.

A escolha das datas prendeu-se com a intenção de inserir estas greves na semana de luta do sector dos transportes, marcada para a primeira semana de Março, e que, de acordo com o sindicalista, “culminará no dia 9 de Março com uma manifestação do sector em Lisboa”.

Os ferroviários concentraram-se quinta-feira, de norte a sul do país, numa acção de luta contra a perda de direitos e a destruição da componente social dos caminhos-de-ferro.

Esta semana, no dia de Carnaval, os trabalhadores da CP, CP Carga e REFER estiveram em greve.

Segundo a CP, em 2012 foram suprimidos, por motivos de greve, 30.445 comboios o que representou 7% dos comboios programados.

No último ano, as receitas do tráfego diminuíram um milhão de euros, para 211 milhões de euros, o que foi justificado com a perda de 11,4% de passageiros, a que a empresa considera que “não foi alheio o elevado número de greves que ocorreram durante todo o ano, com especial significado no último trimestre”.

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