UGT e CGTP consideram que aumento do desemprego prova ineficácia de medidas de combate

A taxa de desemprego subiu em Portugal para os 16,9% no quarto trimestre de 2012.

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Desemprego está nos 16,9% Joana Freitas

A UGT e a CGTP manifestaram hoje preocupação pelo aumento da taxa de desemprego, que consideraram ser uma prova da ineficácia das políticas desenvolvidas pelo Governo para o seu combate.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego subiu em Portugal para os 16,9% no quarto trimestre de 2012, face aos 15,8% observados no trimestre anterior, com o número de desempregados em Portugal a ultrapassar os 920 mil.

Para a UGT, este número não foi uma surpresa, mas “é motivo de grande preocupação”.
“É uma taxa muito elevada, que não nos surpreende porque sempre alertámos para esta situação, mas é motivo de grande preocupação porque já há muitos desempregados sem qualquer apoio social”, disse à agência Lusa Paula Bernardo, do executivo da UGT.

A sindicalista considerou que os números divulgados pelo INE “revelam a ineficácia das medidas de combate ao desemprego promovidas pelo Governo”.

Idêntica posição foi assumida pela CGTP, que salientou, em comunicado, que um quarto da população activa está desempregada.

“O nível atingido pela taxa de desemprego no quarto trimestre de 2012, de 16,9% segundo o INE, prova o falhanço da política do Governo e a situação de miséria para onde quer atirar milhares de portugueses. Com esta taxa foi já ultrapassada a previsão de desemprego do Governo de 16,4% para 2013”, afirmou a central numa nota de imprensa.

Tendo em conta os dados do INE, conjuntamente com os inactivos disponíveis e indisponíveis, e o subemprego dos trabalhadores a tempo parcial, a CGTP considera que o desemprego real era de cerca de um milhão 475 mil pessoas no último trimestre de 2012, tendo crescido 233 mil face ao mesmo trimestre de 2011.

“A taxa real de desemprego foi de 25,7% em termos globais e de 54,5% para os jovens até aos 25 anos. Os jovens até aos 35 anos representam 46% do total dos desempregados, sendo de 40% a taxa de desemprego dos menores de 25 anos. Cresce também o desperdício de competências.


A Inter referiu ainda que o emprego teve uma quebra de 4,3% em termos homólogos, atingindo o nível mais baixo dos últimos dezassete anos e que em apenas um ano foram destruídos mais de 203 mil postos de trabalho, principalmente no último trimestre, em que se perderam 124,5 mil empregos face ao trimestre anterior.

A UGT e a CGTP consideram que o Governo tem responsabilidades nesta situação por ter aplicado medidas de austeridade que não promovem o crescimento económico.

Entre Outubro e Dezembro do ano passado, o INE contabilizou 923,2 mil desempregados, o que representa um acréscimo trimestral de 6% (mais 52,3 mil pessoas) e homólogo de 19,7% (mais 152,2 mil pessoas).

Os números observados no final do quarto trimestre atingem níveis históricos, num contexto de subidas da taxa de desemprego em Portugal desde 2008, altura em que se situava nos 7,3%, o equivalente a 409,9 mil desempregados.
 

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