Nova Iorque tenta regressar à normalidade depois da tempestade Sandy

Nova Iorque começou a regressar à normalidade e a sarar as feridas abertas por uma das mais devastadoras tempestades que assolaram os EUA
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Nova Iorque começou a regressar à normalidade e a sarar as feridas abertas por uma das mais devastadoras tempestades que assolaram os EUA Timothy A. Clary/AFP
O serviço de autocarros da cidade já funciona
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O serviço de autocarros da cidade já funciona Carlo Allegri/Reuters
Nova iorquinos já começaram a regressar ao trabalho
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Nova iorquinos já começaram a regressar ao trabalho Foto: Reuters
O porto de Nova Iorque continuava ontem fechado, sem previsão de abertura
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O porto de Nova Iorque continuava ontem fechado, sem previsão de abertura Foto: Brendan McDermid/Reuters
Um vendedor ambulante de comida ilumina a rua de um bairro que ficou às escuras à passagem do Sandy
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Um vendedor ambulante de comida ilumina a rua de um bairro que ficou às escuras à passagem do Sandy Foto: Carlo Allegri/Reuters
O serviço de comboios já está a funcionar, mas ainda de forma limitada
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O serviço de comboios já está a funcionar, mas ainda de forma limitada Foto: Mário Tama/AFP
Apesar da destruição provocada pelo Sandy, houve quem tenha saído para festejar o Halloween
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Apesar da destruição provocada pelo Sandy, houve quem tenha saído para festejar o Halloween Foto: Adrees Latif/Reuters

A “cidade que nunca dorme” parou à passagem da tempestade Sandy, mas não por muito tempo. Nova Iorque começou ontem a regressar à normalidade e a sarar as feridas abertas por uma das mais devastadoras tempestades que assolaram os Estados Unidos. Prova disso é que a maratona marcada para domingo vai realizar-se, garantiu ontem o mayor nova-iorquino.

Na quarta-feira, as pessoas regressaram ao trabalho de carro, bicicleta ou de autocarro, uma vez que a rede de metro continuava inundada e fechada. Para evitar maiores engarrafamentos, o presidente da câmara de Nova Iorque, Michael Bloomberg, anunciou que a partir de hoje as viaturas terão de circular com pelo menos três pessoas. Nos transportes públicos não vão ser cobrados bilhetes pelo menos até sexta-feira.

A bolsa de Wall Street voltou ontem a funcionar depois de uma paragem histórica, a mais longa motivada pela meteorologia desde um nevão ocorrido em 1888. Os aeroportos John F. Kennedy e Newark reabriram de manhã.

No entanto, ainda há muito a fazer: grande parte de Manhattan, a sul de Times Square, continuava ontem às escuras e tão cedo não deverá ser restabelecido o fornecimento de electricidade. Os moradores têm-se refugiado como podem em hotéis, formam filas em bibliotecas e cafés para carregar os telemóveis e aceder à Internet. As escolas só deverão reabrir na próxima segunda-feira.

Enquanto tentam voltar à rotina, os norte-americanos choram pelas vítimas da tempestade. O número de mortos ultrapassa os 90.

Em Nova Iorque, o número de pessoas que não sobreviveram ao desastre subiu para 38, de acordo com a Reuters, depois de as autoridades encontrarem corpos de pessoas que viviam em casas completamente levantadas e arrastadas pela tempestade.

Nove no Estado de Mayland, doze em New Jersey e seis em Pennsylvania. Outros cinco Estados reportaram vítimas.

Segundo as estimativas da empresa de modelos Eqecat, o desastre vai custar às seguradoras 20 mil milhões de dólares (15,46 mil milhões de euros) e vai gerar uma perda na economia no valor de 50 mil milhões de dólares (38,65 mil milhões de euros).

Se assim for, Sandy ficará em quarto lugar na lista de catástrofes mais caras de sempre. O furacão Katrina em 2005 está em primeiro lugar, os ataques de 11 de Setembro de 2001 em segundo e em terceiro está o furacão Andrew, de 1992.

Em New Jersey, a devastação

Do outro lado do rio Hudson, em Hoboken, New Jersey, o cenário é ainda mais devastador. A tempestade destruiu bairros inteiros, as imagens das televisões norte-americanas mostram barcos arrastados para terra, lotes residenciais completamente destruídos. As autoridades estimam que cerca de um quarto da população de New Jersey (mais de dois milhões de pessoas) continuavam ontem sem electricidade e mais de seis mil pessoas continuavam em abrigos, segundo o


New York Times

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"É uma inundação como nunca tínhamos visto", disse o mayor de Hoboken, Dawn Zimmer, citado por aquele jornal norte-americano. As tropas da Guarda Nacional continuavam ontem a tentar socorrer milhares de pessoas que ficaram encurraladas. A tempestade Sandy "encheu a cidade como uma banheira", sublinhou Zimmer.

Em New Jersey foi imposto o recolher obrigatório para evitar roubos. As prateleiras dos supermercados estavam ontem vazias e nos postos de gasolina os condutores faziam fila para abastecer, nos poucos que ainda têm combustível.

Cerca de 4,6 milhões de pessoas continuam sem electricidade em 12 estados. O Exército vai fornecer um milhão de refeições para as famílias afectadas pela tempestade, além de água engarrafada.

Esta quinta-feira o metropolitanto de Nova Iorque voltou a funcionar pela primeira vez desde domingo. Mas só quatro das sete linhas é que estão activas, adianta a BBC, as outras três continuam inundadas.

O presidente Barack Obama, que cancelou três dias de campanha na semana final antes das eleições (marcadas para terça-feira) para acompanhar a situação, sobrevoou ontem de helicóptero a zona costeira, lado a lado com o governador de New Jersey, o republicano Chris Christie. As praias entre Asbury Park e a ilha de Long Beach, ao longo de 80 quilómetros, desapareceram.

Hoje, Obama retoma o calendário da campanha eleitoral, marcando presença no Nevada, Colorado e Ohio.

Mitt Romney também interrompeu os eventos da campanha na segunda e terça-feira, mas recomeçou em força ainda ontem, apelando aos votos dos eleitores da Florida.

Notícia actualizada às 7h25 de 2 de Novembro
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