Presidente da Câmara de Beja acusa Governo de “machadada” no Baixo Alentejo

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O socialista considera que as autarquias da região devem tomar uma posição Nuno Ferreira Santos

O autarca socialista de Beja responde assim ao anúncio do corte, anunciado pela Estradas de Portugal, nas concessões para o Baixo Alentejo e diz que a interrupção na construção de lanços da A26 “não faz qualquer sentido”.

Em declarações à Lusa, Jorge Pulido Valente afirma que a paragem na construção de lanços da A26, no Baixo Alentejo, se trata de uma “machadada dramática naquilo que são as pretensões da região”.

As declarações do socialista surgem no seguimento do anúncio feito terça-feira pela Estradas de Portugal (EP), que chegou a acordo com a concessionária Estradas da Planície para a redução do investimento em 338 milhões de euros.

O acordo pressupõe a interrupção dos trabalhos em três lanços: na A26, entre Relvas Verdes e Grândola e entre Santa Margarida do Sado e Beja, e no IP2, entre o Nó de Monte de Pinheiros e o Nó de Ramal. A redução de encargos anunciada pela EP passará pelo corte de 199 milhões de euros em investimento de capital fixo e 139 milhões de euros nas despesas operacionais.

Para Jorge Pulido Valente, suspender a construção dos lanços da A26 é retirar ao Baixo Alentejo uma “peça fundamental” no processo de desenvolvimento da região. O autarca diz ainda que, uma vez considerado o avanço das obras, “não faz qualquer sentido” que se “abandone um investimento que está feito”.

O autarca refere ainda à Lusa que se sente “enganado” pelo secretário de Estado das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Sérgio Silva Monteiro, que terá comunicado na semana passada à Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo que haveria uma diminuição do número de faixas da A26, mas que não terá falado sobre a retirada dos lanços da A26 que agora se verifica.

O acordo conseguido pela EP é o quinto memorando de entendimento que a empresa pública renegociou este ano, com vista a diminuir os encargos adjudicados entre os anos 2008 e 2010, que até agora se traduziram num corte de 1193 milhões de euros.

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