OCDE pressiona BCE a cortar juros e comprar dívida

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Foto: Francois Lenoir/ Reuters (arquivo)

O Banco Central Europeu (BCE) deve cortar a taxa de juro que cobra para emprestar dinheiro aos bancos e deve considerar tomar mais medidas, como a compra de mais dívida, recomenda a OCDE em dia de reunião do BCE.

“Na zona euro, a taxa de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez [para obter liquidez no muito curto prazo, a taxa mais elevada das definidas pelo BCE] deve ser reduzida. O BCE deve considerar tomar mais medidas para ajudar a normalizar a transmissão da política monetária nos países vulneráveis, desde que as condições estipuladas pelo BCE sejam cumpridas”, escreve a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico na sua avaliação intercalar sobre a economia mundial, hoje divulgada.

Este novo apelo ao BCE, para que tome medidas, surge no dia em que o Conselho de Governadores da organização se reúne para tomar a sua decisão mensal sobre as taxas de juro directoras, com o mundo de olhos postos em Frankfurt, uma vez que são esperadas mais medidas do BCE para atacar a crise no euro.

As recentes declarações do presidente do BCE, Mario Draghi, onde dizia que iria fazer “o que for necessário” para garantir a sobrevivência da moeda única, e sugestões do próprio sobre a possibilidade de serem retomadas as compras de dívida pública no mercado secundário – paradas há vários meses –, e o cancelamento da sua ida à conferência que juntou o mundo da finança em Jackson Hole, nos EUA, fizeram aumentar a especulação sobre as decisões que deverão sair da reunião de hoje.

A OCDE recomenda ainda que, nos países a inflação esteja sob controlo e os juros ainda não estejam em zero, os bancos centrais devem actuar e melhorar as condições de financiamento, e pensar em retomar ou alargar os programas de compra de activos, como tem acontecido não só com o BCE, mas também com a Reserva Federal norte-americana ou o Banco de Inglaterra, por exemplo.

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