Amado defende “solução federadora” para sair da crise europeia

Sem querer falar em federalismo, o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Luís Amado optou por defender uma maior integração política, uma “solução federadora”, como forma de ultrapassar a crise na Europa.

“Não há saída sem uma solução federadora que pressuponha que a união monetária e fiscal e uma forma de união política se encontrem”, disse Luís Amado, esta sexta-feira à noite durante um jantar-conferência na Universidade de Verão do PSD, a decorrer em Castelo de Vide.

“A salvação do euro vai ser por via federadora. Não digo federal para não assustar os eurocépticos”, afirmou, referindo no entanto que há cada vez mais eurocépticos a mudar de opinião.

Já durante a fase das perguntas dos alunos, Luís Amado disse não ser um entusiasta do federalismo na União Europeia, embora não tenha dúvidas de que os elementos federadores vão estar presentes na refundação europeia.

O ex-ministro, que é um defensor da inscrição da regra de ouro na Constituição, voltou a dizer que não tem “nenhum pudor ideológico” em seguir por essa solução. Como o actual PS se opõe a que o limite da dívida na Constituição, Amado disse acreditar que “o compromisso é possível” e que a regra de ouro pode ficar inscrita na Lei de Enquadramento Orçamental.

Quanto à refundação da Europa, Luís Amado defendeu que “vai ter que ser legitimada pelos povos europeus seja directamente ou indirectamente pelos parlamentos”.

Por outro lado, o ex-ministro sublinhou a necessidade de estabilidade política nesta altura de crise e em particular nos países que estão sob ajuda externa. E terminou a sua intervenção, lembrando que o PSD provocou uma crise politica, que levou ao pedido de resgate financeiro, ao rejeitar o PEC4 proposto pelo então Governo socialista de que fazia parte.

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