Kasparov arrisca cinco anos de prisão por morder polícia em Moscovo

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Kasparov foi detido na sexta-feira em frente ao tribunal que julgou as Pussy Riot Tatyana Makeyeva/REUTERS

O opositor russo e antigo campeão do mundo de xadrez, Garry Kasparov, foi interrogado esta segunda-feira em Moscovo pela polícia que o acusa de ter “mordido um polícia”, um delito que pode ser punido com cinco anos de prisão.

Kasparov, de 49 anos, é acusado de ter mordido um polícia na passada sexta-feira quando foi detido em frente ao tribunal de Moscovo que condenou a dois anos de prisão três mulheres do grupo punk Pussy Riot. O opositor nega os factos e acusa a polícia de um ter detido sem motivo aparente e de o ter agredido.

“Tenho pena que o polícia se tenha magoado na mão quando me bateu na cabeça”, ironizou Kasparov na sua conta do Twitter. E acrescentou que vai apresentar uma queixa por “difamação” e para protestar contra a sua detenção que considera ter sido injustificada. O interrogatório foi um primeiro passo: “De seguida, as autoridades vão decidir se abrem um processo crime contra mim”, indicou o opositor num comunicado publicado no seu site Kasparov.ru.

O vice-primeiro-ministro Dmitri Rogozine parece não ter dúvidas sobre a culpabilidade do ex-jogador de xadrez. “Kasparov mordeu um polícia. Vou pedir ao ministro do interior para dar à vítima uma vacina contra a raiva”, escreveu Rogozine no Twitter.

Já há pelo menos uma testemunha pronta a confirmar na justiça que Kasparov mordeu um polícia. Trata-se do dirigente de uma associação de Oficiais da Rússia, Anton Tsvetkov. Esta associação tem por missão “dar o seu apoio aos ministérios de manutenção da ordem” e participar na “educação patriótica da população”, segundo se pode ler no seu site, oficery.ru.

“Eu não assisti pessoalmente à cena, mas uma das minhas assistentes que estava no exterior do tribunal ouviu um jornalista dizer que Kasparov tinha mordido um polícia. Ela não viu o incidente mas encontrou esse polícia e viu a marca da dentada. Estou disposto a testemunhar em tribunal”, disse Tsvetkov à AFP.

Por seu lado, Kasparov indicou que dispõe de numerosas testemunhas e imagens vídeo que provam a sua inocência.

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