França vai cortar funcionários nos ministérios e custos operacionais

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François Hollande e Jean-Marc Ayrault Foto: Philippe Wojazer/Reuters

O novo Governo socialista francês anunciou que vai cortar anualmente o número de trabalhadores nos ministérios do país em 2,5% ao longo dos próximos três anos, com o objectivo de reduzir o défice público e aproximá-lo das metas da União Europeia, anunciou o gabinete do primeiro-ministro, Jean-Marc Ayrault.

Em comunicado, o gabinete de Ayrault explicou também que os custos operacionais dos ministérios terão de ser reduzidos em 7% em 2013 face às despesas de 2012. De fora dos cortes de pessoal ficam os ministérios da Saúde, Educação e Interior, por os socialistas os definirem como “prioritários”. No comunicado nada é avançado sobre os cortes previstos para o Governo central. Contudo, Ayrault já tinha anunciado que os custos operacionais do Governo em 2014 e 2015 iriam descer 4% em relação a 2013 e 2014, respectivamente.

Segundo a Reuters, espera-se que o primeiro-ministro apresente no dia 4 de Julho um orçamento rectificativo com uma previsão de uma receita de 7500 milhões de euros por via dos impostos, para compensar a perda de receitas do Estado noutras áreas e o fraco crescimento económico em França.

O recém-chegado Governo francês prometeu manter alguma distância das medidas generalizadas de austeridade que têm sido aplicadas um pouco por toda a União Europeia. Contudo, é fundamental conseguir um encaixe na ordem dos sete a dez mil milhões de euros para conseguir ficar com um défice público que não ultrapasse os 4,5% do Produto Interno Bruto em 2012, para chegar à meta de 3% de Bruxelas em 2013.

Um desafio quando nas promessas do Governo entram medidas como criar 60 mil postos de trabalho para professores, consideradas “impraticáveis” e “despesistas” pela oposição. Isto apesar de o Presidente François Hollande, a título de exemplo, já ter cortado o seu vencimento e da equipa de ministros em 30%.

As medidas são conhecidas no mesmo dia em que se sabe que a economia francesa registou um crescimento nulo no primeiro trimestre do ano, depois de ter registado uma expansão de 0,1% nos últimos três meses do ano passado, revelam os dados do Instituto de Estatísticas de França. De acordo com o instituto, a economia francesa deverá registar este ano um crescimento de apenas 0,4% face aos 0,5% anteriormente previstos e orçamentados pelo Governo.

No final do ano passado, ainda com o antigo Presidente Nicolas Sarkozy, França já tinha feito saber que o Orçamento do Estado para 2012 iria proceder à eliminação de mais de 30 mil postos de trabalho na Função Pública. O documento previa também que os funcionários públicos que passem à reforma não fossem substituídos.

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