Bolsas de doutoramento serão pagas com cinco dias de atraso em Julho

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Bolseiros vão fazer "acção de protesto" à frente do Ministério da Educação e Ciência a 5 de Julho João Henriques/arquivo

A Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) está a avisar os bolseiros de doutoramento e de pós-doutoramento de que, “por razões processuais de transferência de fundos”, vão receber as bolsas de Julho cinco dias depois do que seria normal. A Associação dos Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) considera “inaceitável” este atraso.

Os bolseiros começaram a ser avisados nesta quinta-feira, por correio electrónico. “Ainda ontem a ABIC esteve em reunião com a FCT para discutir os cortes previstos no novo regulamento e não foi referido este atraso. É inadmissível este atraso com uma alegada justificação em razões processuais”, lê-se num comunicado emitido a meio da tarde pela ABIC.

No e-mail que está a ser endereçado aos bolseiros, a que o PÚBLICO teve acesso, informa-se que, “por razões processuais de transferência de fundos para a FCT no quadro da execução orçamental, o pagamento relativo ao mês de Julho de 2012 ficará disponível na sua conta bancária no dia 6 de Julho de 2012”. É o único parágrafo da mensagem, assinada pelo presidente da FCT, Miguel Seabra.

O Ministério da Educação e Ciência (MEC) confirma, através de um dos seus assessores, que o pagamento das bolsas será efectuado com cinco dias de atraso – que não afecta os bolseiros de investigação, visto que estes recebem através das instituições de acolhimento e não directamente da FCT.

A ABIC denunciou a demora depois de ter recebido “queixa de muitos bolseiros”. Os responsáveis da associação recordam a entrevista ao Sol de Miguel Seabra, na semana passada, na qual afirma que “os bolseiros são sistematicamente pagos a tempo”, embora admita “problemas de tesouraria devido aos constrangimentos orçamentais”.

Ainda antes de ter tido conhecimento deste percalço nos pagamentos, já a ABIC tinha convocado uma “acção de protesto” para 5 de Julho, em frente ao MEC. “Vamos todos mostrar ao Ministro da Educação e Ciência e ao presidente da FCT que as contas da água, luz, rendas e outras que temos de pagar não podem ficar à espera por estes atrasos.”

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