Antigo ministro de Sarkozy diz que Grécia fora do euro será a única salvação da Europa

Foto
Kouchner alerta para o risco de os gregos decidirem reforçar os partidos de esquerda radical Foto: John Thys/AFP

O ex-ministro francês Bernard Kouchner defendeu neste sábado que, se as eleições de 17 de Junho na Grécia não resultarem num governo maioritário e estável, a saída do país da zona euro poderá ser “a única forma de salvar a Europa”.

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros do primeiro Governo de Nicolas Sarkozy, e que também fez parte de executivos socialistas, participou nas jornadas do Círculo de Economia de Sitges (Barcelona), onde alertou para a “situação de emergência extrema” em que se encontra a Europa.

Kouchner, que foi ainda co-fundador da organização Médicos Sem Fronteiras e fundador dos Médicos do Mundo, explicou que a UE enfrenta, a 17 de Junho, um dia chave para o seu futuro, com as eleições gregas a coincidirem com as legislativas em França.

O ex-político alertou para o risco de os gregos decidirem reforçar os partidos de esquerda radical nas eleições ou de não surgir uma maioria parlamentar que garanta a governabilidade do país.

Apesar de deixar claro que apoia a continuidade da União Monetária Europeia, admitiu que, caso a Grécia não consiga formar um governo estável, a melhor forma de “salvar a Europa” poderá ser a saída do país do euro.

Kouchner alertou que o resultado das eleições gregas poderá gerar uma “cadeia de repercussões muito difícil de superar” para países como Espanha ou Portugal.

Acrescentou que outra possibilidade que restaria aos gregos era aceitar um novo “governo técnico”.

“Espero que os gregos obtenham um certo consenso, mas não é fácil para eles”, disse, reconhecendo não ser fácil “aceitar um plano de austeridade quando se é pobre”.

Sugerir correcção
Comentar