O Banco Central Europeu (BCE) tem como plano A manter os gregos na zona euro e esse é o único plano no qual estão a trabalhar, indicou hoje um alto responsável da instituição.

“A nossa preferência é que a Grécia se mantenha dentro da zona euro, esse é o plano A e é nele que trabalhamos”, afirmou o alemão Jörg Asmussen, um dos membros do conselho executivo do BCE, durante uma conferência em Berlim.

Questionado sobre a existência de um plano B, Asmussen afirmou que a instituição já tinha sido criticada por não o ter. Mas “quando começamos a falar num plano B ou C”, o plano A não tem hipóteses de se concretizar, defendeu.

Os analistas aguardam com expectativa as eleições na Grécia marcadas para dia 17 de Junho e as especulações sobre a saída do país da zona euro têm-se acentuado, mas Asmussen secundou hoje as declarações do presidente do BCE, Mario Draghi, proferidas na semana passada. Os bancos gregos têm actualmente acesso a liquidez suficiente, afirmou também.

Por outro lado, lembrou que o banco europeu continua a opor-se a qualquer alteração às regras do pacto orçamental, mas que os países podem acrescentar medidas para o crescimento no mesmo acordo. Isto no seguimento de declarações semelhantes, feitas recentemente por Mario Draghi.

O pacto orçamental negociado pelos dirigentes da União Europeia “não deve ser renegociado ou aligeirado”. No entanto, pode ser “completado por um pacto de crescimento”, acrescentou o responsável alemão, para quem colocar resgate orçamental e crescimento de costas voltas “é um falso debate”.

No entanto, na discussão sobre medidas de estímulo ao crescimento na Europa, Asmussen alinhou com o discurso que tem sido seguido por Berlim, sobre a necessidade de não aligeirar as reformas estruturais.

François Hollande, o novo presidente francês, tinha afirmado na semana passada que tenciona renegociar o pacto orçamental e acrescentar-lhe uma componente de crescimento.