BCP lucrou 40,8 milhões de euros no primeiro trimestre

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Nuno Amado assumiu a liderança do BCP em Fevereiro Foto: Pedro Cunha

O Banco Comercial Português (BCP) lucrou 40,8 milhões de euros entre Janeiro e Março, menos 55% do que nos mesmos meses do ano passado. As operações na Polónia, Moçambique e Angola ajudaram a uma subida de 56% nos lucros das operações internacionais.

Os depósitos dos clientes aumentaram 8,8%, totalizando, a 31 de Março, 48.830 milhões de euros. Em Portugal, subiram 10,2% e nas operações internacionais 6,1%, revela o banco num comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Depois de registar o pior resultado anual entre os três maiores bancos privados portugueses (849 milhões de euros de prejuízo em 2011), o BCP teve no início do ano uma descida de lucros que compara com 90,1 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011.

O resultado, explica o banco agora presidido por Nuno Amado, tem contabilizados 15,4 milhões de euros relacionados com comissões pela emissão de empréstimos obrigacionistas emitidos com garantia do Estado e ainda a recompra de emissões próprias de obrigações hipotecárias.

Ao fim dos três primeiros meses do ano, a margem financeira do BCP era de 317,5 milhões de euros, menos 20,9% do que no primeiro trimestre do ano passado. No mercado português, a margem caiu 31,8%, para 177,5 milhões de euros. Para isso contribuiu, em parte, a deterioração da margem negativa de depósitos, que foi penalizada pela maior concorrência e pela descida das taxas de juro, por causa da queda da Euribor.

O resultado do banco melhorou nos cinco países onde o banco está presente, permitindo ao BCP uma subida global de 55,9% nos lucros das operações internacionais, para 26,2 milhões de euros, face ao primeiro trimestre do ano passado.

Apesar de na Grécia e na Roménia ter dado prejuízo, o BCP reduziu as perdas nos dois países (para 8,1 milhões de euros de prejuízo e 3,4 milhões, respectivamente). Já o resultado na Polónia foi de 26,4 milhões de euros (mais 3% homólogos) e de 22,9 milhões em Moçambique (mais 11,5%). Mas foi em Angola que o banco mais cresceu (22,5%), embora os lucros sejam de apenas 8,9 milhões de euros.

O banco terminou o trimestre com o rácio Core Tier 1, que mede a solvabilidade das instituições financeiras, nos 9,22%, praticamente o mesmo valor registado no final de 2011. Este ano, para cumprirem as exigências do memorando da troika, os bancos terão de reforçar os seus rácios de capital para garantir um nível de solvabilidade de 10% do seu Core Tier 1. O BCP já admitiu recorrer à linha de capitalização de 12 mil milhões de euros prevista no empréstimo da Comissão Europeia, do BCE e do Fundo Monetário Internacional.

No âmbito do plano de contenção aplicado pelo banco, houve uma redução de custos operacionais de 0,2%, que foi maior na actividade do grupo em Portugal.

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