Espanha pagou quase 7% para se endividar a dez anos

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Andrea Comas/ Reuters (arquivo)

A Espanha pagou hoje um juro médio de quase 7% para se endividar em 3,6 mil milhões de euros nos mercados pelo prazo de dez anos, uma taxa recorde desde que existe o euro e já num nível incomportável a prazo.

O Tesouro Espanhol pretendia obter três mil milhões a quatro mil de euros no leilão de hoje de obrigações a dez anos (prazo de referência nos mercados), tendo assim ficado a pouco mais de meio do intervalo, com uma procura em baixa – foi de 1,5 vezes o montante colocado, abaixo dos 1,76 na última emissão semelhante, a 20 de Outubro.

Esta emissão representa uma degradação significativa das condições de financiamento do Estado espanhol nos mercados, pois a taxa paga subiu fortemente face aos 5,433% pagos a 20 de Outubro, e ficou acima do que estava a ser praticado ontem nos mercados secundários, ao contrário do que é normal.

As taxas de juro implícitas às transacções com obrigações a dez anos nos mercados secundários dispararem este mês, tendo ontem atingido um novo recorde da era do euro, ao chegarem ao fim do dia em 6,746% – já não muito longe do limiar crítico de 7% que os especialistas consideram inviabilizar o financiamento nos mercados de países muito endividados.

Na Terça-feira, O Tesouro espanhol teve de pagar o preço mais alto desde 1997, antes de existir euro, pela colocação de 3158 milhões de euros em títulos de dívida a 12 e 18 meses.

Nos títulos a um ano, o Tesouro espanhol vendeu 2,6 mil milhões de euros de títulos a um ano, com uma taxa de juro de 5,2%, muito acima dos 3,6% que conseguiu um mês antes. Nos títulos a 18 meses, foram colocados 557 milhões de euros, com juros de 5,32%, acima dos 3,86% de Outubro e o valor mais alto desde 1997.

O clima de tensão nos mercados está ao rubro, e hoje os juros da Itália a dez anos continuavam a subir, acima também de 7%, mesmo depois de ter sido formado um novo Governo de tecnocratas chefiado por Mário Monti.

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