Portugal emitiu dívida a três meses com taxa superior à exigida ontem à Grécia

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Alberto Soares, presidente do IGCP Miguel Manso (arquivo)

O IGCP, o instituto que gere a dívida pública portuguesa, realizou hoje dois leilões de dívida, de curto prazo, a taxas idênticas às da última emissão, e mais alta que a taxa conseguida ontem pela Grécia no prazo de três meses.

No total, o IGCP emitiu 1503 milhões de euros, a três e seis meses. Na Emissão a três meses, com vencimento a 20 de Janeiro, o Estado emitiu 1071 milhões de euros de Bilhetes do tesouro (BT), a taxa média ficou nos 4,972%, exactamente o mesmo valor do último leilão comparável.

Na emissão mais longa, a seis meses, foram emitidos 432 milhões de euros, a uma taxa média de 5,25%, quando a emissão anterior, há cerca de um mês, foi de 5,249%. A procura das duas emissões foi elevada, duplicando a oferta no prazo de três meses e superando 3,7 vezes a oferta no prazo mais longo.

Filipe Silva, gestor de dívida do Banco Carregosa, admite que a emissão de hoje o surpreendeu “pela negativa”, confessando que “estava à espera de taxas mais baixas”.

O gestor adianta que, “sobretudo na dívida a 3 meses, esperava que Portugal conseguisse dinheiro emprestado a um juro mais baixo, porque ainda ontem a Grécia emitiu 1500 milhões de dívida a três meses e conseguiu uma taxa de 4,61%”. Acrescenta ainda que “a procura ficou dentro do que tem sido habitual nos últimos leilões. A má surpresa foi mesmo não termos tido uma taxa mais favorável, até porque a nossa dívida no mercado secundário tem estado melhor que a grega”.

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