Bolsas europeias perdem mais de 3% com receios sobre futuro grego

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Bolsas europeias abriram hoje em queda Pawel Kopczynski/Reuters

As principais bolsas europeias seguem a sessão a registar fortes quedas, traduzindo os receios dos investidores sobre o futuro da Grécia e da zona euro. A trajectória negativa iniciada esta manhã acentuou-se depois de a Grécia ter admitido só ter dinheiro para assegurar os compromissos financeiros até Outubro. Paris perde agora mais de 5%, Lisboa cai próxima dos 4%.

Por volta das 13h30, o principal índice português, o PSI-20, estava a cair 3,84%, com todas cotadas em sentido negativo, ao mesmo tempo que outras praças europeias de referência se mantinham “vermelho”, com o índice parisiense CAC 40 à cabeça a tombar 5,14%.

Para a trajectória das bolsas europeias – a bolsa de Milão cai 4,29%, Frankfurt 3,43%, Madrid 3,63% – pesam os receios de que a Grécia possa não alcançar as metas orçamentais acordadas com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional.

A crise grega deu hoje sinais de agravamento com o Governo helénico a admitir que está dependente da próxima tranche de financiamento externo para assegurar os compromissos financeiros a partir de Outubro e depois de o ministro alemão da Economia admitir, este fim-de-semana, que Atenas pode estar prestes a entrar em incumprimento da sua dívida.

Se as bolsas europeias já tinham acentuado as perdas na última sexta-feira, depois do anúncio da demissão do economista alemão Jürgen Stark da comissão executiva do Banco Central Europeu, hoje, são várias as notícias que pesam sobre os investidores nos mercados de acções. Cyril Régnat, gestor da Natixis no mercado de obrigações, resumiu o sentimento negativo falando à AFP num clima de muita ansiedade “com rumores muito inquietantes sobre os bancos, os fortes receios sobre a Grécia e a falta de anúncios, por parte dos países do G7, sobre a crise actual”.

Na praça nacional, a Altri esteve já a perder mais de 7%, três cotadas – BES, Mota-Engil e Sonae (proprietária do PÚBLICO) – desvalorizavam na casa dos 5% e outras seis perdiam à volta de 4%.

Com a desvalorização de 4,84%, o PSI-20 tombou para baixo do patamar dos 6000 pontos, tendo resvalado àquela hora para os 5808,78 pontos.

No caso francês, o sector financeiro segue particularmente negativo, sob a ameaça de um corte de rating (degradação da nota de risco da dívida) por parte da agência de notação Moody’s.

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