Linha de Sintra muito afectada por greve de maquinistas da CP

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O sindicato diz que todos os maquinistas aderiram à greve Foto: Luis Efigénio/NFactos/arquivo

A greve dos maquinistas da CP afectou hoje fortemente a circulação na linha de Sintra, com centenas de pessoas à espera de comboios na estação de Agualva-Cacém.

Os comboios que cumpriram serviços mínimos - apenas três em direcção a Lisboa desde as 07h00 - chegaram a Agualva-Cacém completamente lotados, com os passageiros a mesmo assim a tentar entrar nas carruagens.

Ao chegar à estação esta manhã, os passageiros deparavam-se com a informação de que praticamente todos os comboios se encontravam suprimidos, e os que cumpriam os serviços mínimos estavam com largos minutos de atraso.

Por entre empurrões alguns dos passageiros conseguiram aceder ao comboio, mas dezenas deles iam ficando na estação, impedidos de chegar aos seus postos de trabalho em Lisboa, Amadora e Sintra.

“Parece que estamos na Índia, só falta virem em cima do comboio. Não consegui ir para Lisboa, estou na estação desde as 7h30 e mais uma vez estas greves condicionam a minha vida”, disse à Lusa Daniel Moreira, passageiro que se viu impedido de entrar numa das carruagens por já se encontrarem lotadas.

Alguns dos passageiros que não conseguiram entrar nos comboios contestaram a sucessão de greves que nos últimos tempos têm afectado a circulação na Linha de Sintra.

“Hoje os comboios pareciam sardinhas em lata. Estou aqui há duas horas e não consigo entrar num comboio para Lisboa porque os dois ou três que passaram desde as sete da manhã vinham cheios”, disse Luís Lopes, passageiro que deveria “estar no Rossio entre as 7h30 e as 8h00”.

Segundo este utilizador da CP, as greves dos trabalhadores ferroviários tem condicionado “as contas da família”, uma vez que, garante, por diversas vezes tem faltado ao trabalho por não conseguir encontrar alternativas à Linha de Sintra.

“Estas greves afectam-me no ordenado. O patrão diz que não tem culpa destas greves”, adiantou.

Já em direcção a Sintra, não tinha dado entrada nenhum comboio na plataforma até cerca das 08h30 (o último tinha sido às 7h00).

Os únicos comboios que neste período foram entrando na plataforma tinham como destino Meleças, uma estação terminal intermédia da Linha de Sintra, para consternação das centenas de pessoas que nesta manhã não conseguiram deixar Agualva-Cacém.

A partir das 8:30 os comboios começaram a entrar na estação de Agualva-Cacém com maior regularidade, diminuindo o número de pessoas que se encontravam na plataforma ferroviária.

Na Linha de Cascais, conforme constatou o PÚBLICO, houve também comboios a circular após as 8 horas, como o 8:28 a partir de São Pedro, o das 8:33 a partir de Cascais e o das 8:43 a partir de São Pedro, os dois primeiros com muitos passageiros.

O presidente do Sindicatos dos Maquinistas, António Medeiros, disse hoje à Lusa que “todos os maquinistas aderiram à greve com excepção dos que estão a cumprir os serviços mínimos decretados pelo tribunal arbitral”.

A paralisação decorreu entre as 05h00 e as 08h00, em Lisboa e no Porto. À tarde, os comboios voltam a parar entre as 17h30 e as 20h30 no longo curso e regionais.

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