Francisco Lopes considera aprovação do Orçamento "uma tragédia para o país"

“Tragédia para o país é a aprovação deste Orçamento. Portugal não tem que aprovar um Orçamento qualquer, tem que aprovar um Orçamento que corresponda a um rumo novo. Orçamentos destes tem caracterizado os últimos 30 anos e conduziram-nos à situação actual”, disse o candidato, depois de participar na 10ª Assembleia da Organização Concelhia do Barreiro do PCP.

Francisco Lopes defendeu que o actual Presidente Cavaco Silva e o candidato Manuel Alegre foram “omissos” sobre o Orçamento, convergindo numa ideia de remeter para a Assembleia da República. “É claro que é a Assembleia da República que tem que debater e aprovar o Orçamento, mas o Presidente da República deve ter claro o rumo para o país. O facto de se refugiarem no silêncio, na prática, é um comprometimento com as opções do Orçamento”, salientou.

O candidato considerou ainda Cavaco Silva o “padrinho do entendimento” entre PS e PSD, deixando também críticas a Manuel Alegre. “Fez uma afirmação inflamada, contestando o papel dos banqueiros, mas não teve uma palavra sobre o Orçamento do Estado que serve os banqueiros e é contrário aos interesses nacionais”, afirmou.

Francisco Lopes defendeu que o Presidente da República deve, de acordo com a Constituição, intervir “não para favorecer a concretização de um Orçamento desastroso, mas sim de um Orçamento que responda às necessidades nacionais no momento", acrescentando que este OE, "que tem o caminho de entendimento com o PSD e o patrocínio do Presidente da República, é um Orçamento de brutal agravamento das injustiças sociais e de afundamento do país”.

O candidato referiu que Portugal não precisa de um Orçamento para “liquidar a produção, criar mais desemprego e agravar as injustiças”, mas sim de um Orçamento que ponha “o país a produzir, com emprego com direitos e a distribuir a riqueza com justiça”.