Retrato do mercado de trabalho em Portugal

Os jovens continuam a ser o grupo mais afectado pelo desemprego. A taxa de desemprego entre os 15 e os 25 anos de idade é quase o dobro da taxa global.

No segundo trimestre de 2010 atingiu os 20,3 por cento, acima dos 18,7 por cento registados no mesmo trimestre de 2009. Nos jovens entre os 25 e os 34 anos o desemprego também superou a média e atingiu os 12,6 por cento.

Sul iguala Norte

O Algarve, que tradicionalmente até tinha taxas de desemprego inferiores à média, tem vindo nos últimos trimestres a aproximar-se da região Norte e até a superá-la, como aconteceu no primeiro trimestre de 2010. Estas duas regiões eram as que tinham as taxas de desemprego mais elevadas no segundo trimestre, 12,2 por cento, tendo ainda assim descido face ao início de 2010. As taxas mais baixas verificaram-se nos Açores (6,2%) e no Centro (7,7%). Em relação ao ano passado o desemprego aumentou em todas as regiões, com excepção dos Açores.

Emprego recua

A economia continua sem conseguir criar emprego que permita absorver o elevado número de desempregados. No segundo trimestre do ano, perderam-se 85 mil postos de trabalho face ao ano passado e 17 mil em relação ao primeiro trimestre de 2010. As principais vítimas foram os trabalhadores pouco qualificados.

Contratos a termo

No segundo trimestre de 2010, as empresas apenas contrataram pessoal a termo. Só este vínculo laboral registou um aumento (9,5 por cento homólogo e 2,1 por cento trimestral), enquanto os trabalhadores do quadro e com outros vínculos, nomeadamente recibos verdes, viram o emprego diminuir. Foi sobretudo nos "outros tipos de contrato de trabalho" que o emprego teve a quebra mais significativa, superior a 11 por cento.

Mulheres

Além das pessoas que estão sem emprego, há ainda as que trabalham menos do que gostariam. Esta realidade voltou a ganhar expressão entre Abril e Junho do corrente ano. O INE deu conta de mais de 74 mil pessoas na situação de subemprego visível, isto é, a trabalharem menos horas do que desejariam. Trata-se de um aumento de 17 por cento face ao ano passado e de 12,2 por cento face ao trimestre anterior. É preciso recuar ao primeiro trimestre de 2008 para ter um número mais elevado do que este. A situação afecta sobretudo as mulheres (66 por cento do total).

Sugerir correcção
Comentar