Homem que assassinou deputada Joe Cox condenado a prisão perpétua

A deputada britânica foi assassinada dias antes do referendo sobre o "Brexit". Tribunal diz que o crime teve motivações políticas e ideológicas.

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A deputada foi baleada e esfaqueada a 16 de Junho e não resistiu ao ataque AFP/OLI SCARFF

Thomas Mair, de 52 anos, foi esta quarta-feira considerado culpado pela morte da deputada britânica Jo Cox, avança o Guardian. Foi condenado a prisão perpétua. Mair foi caracterizado como um "terrorista da extrema-direita". 

Jo Cox era uma forte apoiante da continuidade do país na União Europeia. Era também defensora dos direitos das minorias e de uma política de imigração mais permissiva.

À data, testemunhas no local contaram que o homem gritou "Britain first!" quando atacou a parlamentar de 41 anos numa rua de Leeds, a 16 de Junho, dias antes do referendo em que venceu o "Brexit". Foi capturado pelas autoridades horas depois. Jo Cox foi atingida por três balas, no corpo e na face, e estava em paragem cardíaca quando a assistência médica chegou ao local. Foi declarada morta já no hospital. 

As autoridades britânicas recolheram provas, incluindo livros e manuais sobre o uso e o fabrico de armas e explosivos na casa de Mair. Uma investigação ao seu historial na Internet mostrou ligações a organizações racistas, uma obsessão com conteúdo nazi e artigos de supremacia branca e apartheid. De acordo com o tribunal, o crime teve motivações políticas e ideológicas e foi considerado um acto de terrorismo, "brutal e cobarde".

Thomas Mair era jardineiro e estava desempregado. Durante o processo, o arguido nunca negou as acusações, sem, no entanto, as admitir.

Ao longo dos sete dias de julgamento, adoptou uma postura imóvel e um olhar quase sempre fixo. Quando desviou o olhar, foi apenas para, num caderno, ir apontando os nomes dos presentes que ia reconhecendo no tribunal: nomes de vizinhos, jornalistas e até membros da família de Jo Cox foram anotados pelo criminoso.

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