Renzi promete "reconstruir tudo" sem respeitar limites de Bruxelas

O primeiro-ministro italiano deixou este fim-de-semana a promessa de que irá reconstruir as zonas afectadas pelo sismo no centro do país sem ter em conta os limites do défice impostos pela União Europeia.

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O primeiro-ministro italiano diz que recursos não é o problema ALBERTO PIZZOLI

Matteo Renzi, primeiro-ministro italiano, faz parte do grupo de governantes dos países do Sul que quer pressionar Bruxelas para uma mudança de políticas. Desta vez, o chefe do Governo italiano não quer desafiar as regras por não as conseguir cumprir, mas porque quer "reconstruir tudo" o que tenha sido afectado pelos sismos que abalaram o país na quarta-feira e no domingo.

"Vamos reconstruir tudo: as casas, as lojas, as igrejas. Estes bairros são a alma de Itália. Temos os recursos necessários e vamos pô-los à disposição das pessoas sem nenhum respeito pelas regras tecnocráticas que negam a identidade do nosso país e do nosso território", disse o primeiro-ministro na sequência do abalo mais forte, de 6,5 na escala de Ritcher, que se fez sentir na zona centro do país.

Renzi marcou para esta segunda-feira um Conselho de Ministros extraordinário e já foi deixando o aviso a Bruxelas: os recursos não serão um problema para que o país reconstrua a sua "identidade" e não serão as regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento a impedir que o Governo italiano decida alocar recursos ao apoio às vítimas dos sismos.

Isto, porque o primeiro-ministro italiano já se tinha queixado na passada semana das exigências de alguns países da União Europeia que não ajudam Itália a lidar com o drama dos refugiados, mas que querem que o país cumpra as regras de rigor orçamental que outros não cumprem. Agora, depois da tragédia dos consecutivos sismos que têm abalado o país, Renzi volta a forçar uma flexibilização das regras.

Na comunicação que fez ao país, Matteo Renzi mostrou-se aliviado por não ter havido vítimas mortais neste último terramoto, ao contrário do de Agosto que sacudiu a zona de Amatrice e que causou a morte a mais de 300 pessoas. "De momento não temos conhecimento de nenhuma vítima. Estamos perante uma dor profunda e stress de um povo que vive com medo e preocupação." De acordo com os serviços de Protecção Civil, desta última vez evitaram-se mortes, uma vez que grande parte de habitantes em casas mais antigas já tinham sido realojados como medida de prevenção, depois do sismo de Agosto.

Além dos desalojados provocados por este sismo e dos edifícios destruídos, Itália tem ainda como preocupação a destruição de várias zonas de cidades da zona central de Itália. Em Roma, por exemplo, onde o abalo foi sentido, houve poucos danos, mas mesmo assim apareceram fendas na Basílica de S. Paulo e de S. Lourenço.

Como medida de protecção, as escolas da região vão estar esta segunda-feira encerradas.

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