Centro de Itália volta a ser abalado por forte sismo

Abalo foi sentido em Roma, Florença e Nápoles. Especialistas dizem que é o sismo mais forte no país desde 1980. Para já, não há registo de mortos.

Fotogaleria
O epicentro do sismo foi perto da cidade de Nórcia REMO CASILLI/Reuters
Fotogaleria
O sismo teve uma intensidade de 6,5 na escala de Richter REMO CASILLI/Reuters
Fotogaleria
FABRIZIO TROCCOLI/AFP
Fotogaleria
Cidade de Nórcia REMO CASILLI/Reuters
Fotogaleria
Pacientes de um hospital da cidade de Rieti foram retiradas para o exterior do edifício Emiliano Grillotti/Reuters

O Centro de Itália acordou neste domingo com um forte sismo, que deixou edifícios destruídos em várias cidades, quatro dias depois de dois abalos na mesma região. A magnitude foi 6,5 na escala de Richter, segundo as autoridades italianas. O epicentro situa-se a poucos quilómetros da cidade de Nórcia, onde vários edifícios ficaram danificados, incluindo a basílica de São Benedito. De acordo com a Protecção Civil italiana, não há, num primeiro momento, registo de mortos. Há feridos ligeiros e pelo menos uma pessoa em estado grave.

O epicentro foi em Nórcia, a cerca de 100 quilómetros a sudeste de Perugia e a 80 quilómetros de Macerata, mas o abalo sentiu-se em Roma e em cidades tão longínquas como Florença (Norte) e Nápoles (Sul).O abalo foi registado por volta das 7h40 locais (às 6h40 em Portugal continental). Os serviços de Protecção Civil garantem estar a intervir nas várias localidades afectadas nesta manhã.

Embora o instituto americano de geologia (USGS) tenha registado um sismo de intensidade 6,6 na escala de Richter e o instituto italiano apontado para 6,1, o chefe da Protecção Civil, Fabrizio Curcio, referiu que a magnitude foi de 6,5. Especialistas dizem que este foi o abalo mais forte no país desde 1980, quando um sismo de intensidade 6,9 matou mais de 2700 pessoas, adianta a Reuters.

PÚBLICO -
Aumentar

“Neste momento, não temos informações de que haja vítimas” mortais, referiu à imprensa o chefe da Protecção Civil, Fabrizio Curcio. A informação disponível é de que há “dezenas de feridos ligeiros” e uma pessoa em estado grave. Mas ainda é preciso “verificar todas as habitações” nas zonas atingidas.

O responsável garantiu que o sistema de controlo da Protecção Civil “estava amplamente” activado. “Há dois dias que estamos a trabalhar para transferir as pessoas das zonas costeiras”, para ficarem protegidas de eventuais derrocadas, afirmou Fabrizio Curcio, segundo declarações transmitidas pela SIC Notícias.

Em Nórcia, as imagens transmitidas pelas televisões mostram alguns habitantes da cidade em frente à basílica parcialmente destruída, concentrados na praça central, onde as autoridades de protecção civil ajudavam freiras a caminhar. A basílica foi construída a partir do século XIV no lugar onde em 480 nascera São Bento, fundador da Ordem Beneditina, escreve a AFP.

Nesta cidade, as autoridades montaram uma área de emergência num parque de estacionamentos e estão a recomendar aos habitantes nas ruas para se fastarem de zonas edificadas (onde haja maiores riscos de derrocadas), conta a BBC a partir do local.

Na cidade de Rieti, a 80 quilómetros a nordeste de Roma, algumas pessoas foram retiradas para a zona exterior de um hospital, onde estavam acompanhadas por enfermeiras da unidade de saúde.

“É um verdadeiro drama, vivemos talvez o dia mais sombrio. Os danos são incálculáveis, descreveu o presidente da câmara de Tolentino, Giuseppe Pezzanesi, à RaiNews 24, citado pela AFP. Em Amatrice, a localidade mais atingida pelo sismo de Agosto, que deitou por terra muitos edifícios e fez centenas de mortos, o presidente da câmara Sergio Pirozzi afirmou segundo a mesma agência: “[São] poucos os feridos, ligeiros. Não há mortos, o que é uma boa notícia”.

Em Roma, onde o abalo se fez sentir com intensidade, os serviços de metro da capital foram suspensos por precaução, segundo a BBC.

Este é o terceiro sismo sentido na mesma região italiana em apenas cinco dias. Na quarta-feira, houve dois fortes sismos (seguidos de uma réplica ao final da noite). O primeiro abalo aconteceu em em Macerata ao final da tarde, cerca das 19h10 locais, com magnitude de 5,4 na escala de Richter e a menos de dez quilómetros de profundidade. O segundo sismo aconteceu por volta das 21h18 e teve uma magnitude a rondar os 6,1.

Já a 24 de Agosto, várias cidades do centro de Itália foram atingidas por um sismo de magnitude 6,2 que fez perto de 300 mortos. Amatrice, Accumoli, Arquata del Tronto e Pescara del Tronto foram áreas com maior destruição. Na altura, cerca de três centenas de edifícios e sítios históricos ficaram destruídos ou danificados, atingindo património construídos nos séculos XIII e XIV.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários