O número de vítimas do furacão Matthew não pára de aumentar. Ao início da tarde desta sexta-feira, o número de mortos causados pela destruição provocada pela passagem do furacão por diversas ilhas das Caraíbas já tinha ultrapassado os 800, de acordo com autoridades citadas pela Reuters.

Jean-Michel Vigreux, director da organização não-governamental haitiana Care, alertou para o isolamento a que a população está sujeita face ao cenário de destruição total de diversas cidades. Por exemplo, em Jérémie, uma cidade com cerca de 300 mil habitantes, “cerca de 80% dos edifícios estão destruídos. Todas as linhas de telefone e electricidade estão fora de serviço. O acesso está completamente cortado e toda a gente está a ficar sem comida e dinheiro.”

Na Florida, onde os ventos atingem velocidades superiores a 215 km/h, mais de 600 mil pessoas estão sem electricidade, anunciou a NextEra Energy, a maior empresa fornecedora de energia daquele estado, prevendo que possam vir a ser afectados 2,5 milhões de imóveis.

Nos EUA, mais de 12 milhões de pessoas estão sob aviso do furacão Matthew. Barack Obama apelou à população para que esteja preparada e siga a instruções das autoridades locais. "Tomem conta uns dos outros", pede o presidente dos EUA. 

De acordo com o jornal norte-americano The Washington Post, os EUA já declararam o estado de emergência em três estados: Florida, Carolina do Sul e Geórgia, até agora as zonas mais atingidas. Esta é a tempestade mais violenta da última década nas Caraíbas. Depois de ter descido da categoria 4 (num máximo de 5 da escala Saffir-Simpson) para 3 na quarta-feira, o Centro Nacional de Furacões norte-americano (NHC) anunciou durante a tarde de quinta-feira (meio-dia na região) que o furacão voltou a aumentar de intensidade para a categoria 4, na qual se mantém.

Esta sexta-feira, a Cruz Vermelha lançou um apelo para ajuda humanitária urgente para mais de 50 mil haitianos. A organização pede ajuda para medicamentos, abrigo temporário, água e serviços sanitários durante o próximo ano. A ONG estima que exista pelo menos um milhão de pessoas afectadas pelo furacão no Haiti, com centenas de milhares a precisarem urgentemente de assistência médica.

“Estamos extremamente preocupados com a segurança, saúde e bem-estar de mulheres, homens e crianças que sofreram o impacto do furacão, especialmente em cidades e aldeias remotas”, conta Inês Brill, representante da Cruz Vermelha.