Ministra britânica defende acesso a mensagens trocadas no WhatsApp

Amber Rudd, responsável pela pasta do Interior, classifica encriptação como "um lugar secreto para terroristas" e, por isso, quer que serviços de informação possam ter acesso às comunicações em casos de terrorismo.

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A ministra Amber Rudd no programa da BBC Jeff Overs/BBC

A ministra do Interior do Reino Unido, Amber Rudd, defende que as agências de informação estatais devem ter acesso ao conteúdo de mensagens encriptadas que são trocadas em serviços como a aplicação para telemóvel WhatsApp. Numa entrevista televisiva, a governante britânica considera “inaceitável” que as empresas tecnológicas estejam a oferecer aos terroristas “espaços secretos” para que estes possam comunicar.

"Temos de garantir que as nossas agências de informação são capazes de aceder a situação como o WhatsApp encriptado”, disse Rudd, na manhã deste domingo, no programa da BBC The Andrew Marr Show, apresentado por um antigo editor de política do canal público britânico, em declarações que estão a ser citadas pela agência Reuters.

Rudd, que foi nomeada ministra do Interior pela primeira-ministra Teresa May, pouco tempo depois do referendo do "Brexit", defende que as empresas de tecnologia devem cooperar com os agentes de autoridade e deixar de oferecer "um lugar secreto para os terroristas comunicarem” usando mensagens encriptadas.

A governante do Reino Unido apelou à cooperação das empresas que detêm serviços de mensagens encriptados como o WhatsApp, que pertence ao Facebook, que têm causado entraves à introdução de nova legislação.

"É completamente inaceitável, não deve haver nenhum lugar onde os terroristas possam esconder-se. Temos de garantir que o WhatsApp, e há bastante outras, não fornece um local secreto para os terroristas comunicarem uns com os outros”, disse Rudd.

A ministra foi questionada sobre a recusa da Apple em ajudar o FBI a aceder ao iPhone de um dos atacantes do atentado de San Bernardino, na Califórnia, que matou 14 pessoas em 2015, garantindo que o governo britânico defende algo “completamente diferente”. “Nós não estamos a pedir que abram, não queremos entrar na “nuvem”, não queremos fazer esse tipo de coisas”, disse. “Mas queremos que eles [empresas de tecnologia] reconheçam que têm a responsabilidade de ajudar o governo, de ajudar as agências de autoridades, quando há um acto terrorista”.

Amber Rudd defendeu também a constituição de um conselho constituído por representantes da indústria da tecnologia no Reino Unido, que permita às empresa do sector policiar os seus sites e fazer com que "os seus sites, as suas plataformas, as suas empresas de publicação sejam usados por terroristas”.

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