Jornalista palestiniano põe fim a greve de fome de 94 dias

Mohamed al-Qiq está em detenção administrativa desde Novembro de 2015, acusado de actividades terroristas. Acordo com as autoridades israelitas levou-o a terminar a greve de fome.

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Manifestação de apoio a Mohamed al-Qiq em Ramallah Mohamad Torokman /Reuters

Mohamed al-Qiq, jornalista palestiniano acusado de ser activista do Hamas pelas autoridades israelitas, decidiu pôr fim nesta sexta-feira à sua greve de fome que já durava há 94 dias, depois de um acordo para a sua libertação ter sido estabelecido com Israel. A detenção de al-Qiq já tinha sido suspensa no início do mês de Fevereiro, devido ao seu grave estado de saúde.

O jornalista do canal saudita Al-Majd, detido pelas autoridades israelitas em Novembro de 2015, estava a ser tratado num hospital no norte de Israel quando tomou a decisão. A família e os advogados do jornalista palestiniano afirmaram que al-Qiq ficará a recuperar no hospital e que será libertado até ao dia 21 de Maio, data em que termina o período da sua detenção, que não será renovada.

O acordo com as autoridades israelitas permitirá que o jornalista seja visitado pela sua esposa, pelos seus dois filhos e pelo seu pai, proibidos de entrar em Israel para visitá-lo desde que este iniciou a greve de fome. “É uma grande vitória para nós e para ele”, afirmou Fayha Shalash, esposa de al-Qiq, à Al-Jazira.

Israel deteve al-Qiq sob o regime de detenção administrativa, uma prática que permite a detenção por parte das autoridades israelitas de palestinianos acusados de terrorismo, sem que qualquer acusação ou julgamento sejam necessários, sendo esta detenção de períodos de seis meses renovável indefinidamente.

Nas últimas semanas, aumentou a pressão sobre Israel relativamente ao caso do jornalista palestiniano de 33 anos. As Nações Unidas, a União Europeia e outras organizações de defesa dos Direitos Humanos demonstraram a sua preocupação com a situação de al-Qiq, que rejeitou qualquer tipo de alimentação ou tratamento médico. A greve de fome do jornalista tinha como objectivo denunciar o regime de detenção administrativa do qual estava a ser vítima.

Apesar das fortes críticas que são feitas a esta prática comum de Israel, as autoridades israelitas consideram-na essencial para prevenir ataques futuros, quando não existem provas suficientes para que seja iniciada uma acção penal contra os suspeitos.

Actualmente existem cerca de 600 palestinianos em detenção administrativa, de acordo com os números do Serviço Prisional de Israel.

Texto editado por Joana Amado

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