Nova líder de Hong Kong é uma mulher próxima de Pequim

Carrie Lam é a primeira mulher chefe do Executivo, com 777 dos 1200 votos no comité a quem cabe a escolha.

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Carrie Lam foi a escolhida apesar de o seu adversário ser o favorito popular Bobby Yip/Reuters

Hong Kong terá, pela primeira vez, uma mulher à frente do Governo. Carrie Lam foi escolhida, este domingo, chefe do Executivo do território autónomo que é parte da China.

A escolha foi feita por 777 dos 1200 membros do comité responsável pela eleição, avança a agência Reuters. No discurso de vitória, Carrie Lam – que tomará posse a 1 de Julho – reconheceu que Hong Kong "sofre uma divisão bastante séria". "A minha prioridade será curar a divisão, sossegar a frustração e unir a nossa sociedade para que possa seguir em frente", disse.

Carrie Lam era a "número dois" do Executivo anterior e conta com uma longa carreira na administração local. Era apontada como a favorita do Partido Comunista Chinês, que tem um peso decisivo na escolha. Os 777 votos conseguidos colocaram-na à frente do principal opositor, o ex-secretário das Finanças, John Tsang, apontado como o candidato mais popular nas sondagens, e que recolheu 365 votos.

O território autónomo tem mais de sete milhões de habitantes, mas a escolha do chefe do Executivo foi feita por um comité de 1200 pessoas, maioritariamente próximas do Partido Comunista Chinês.

As eleições acontecem menos de três anos depois dos maiores protestos populares em Hong Kong desde o fim do domínio britânico, em 1997 – a chamada "revolução dos guarda-chuvas". Em causa estava, precisamente, a eleição do líder do governo. Estava prevista que esta eleição fosse a primeira a ser feita por sufrágio universal, tal como previsto pela Lei Básica, a mini-constituição que regula os assuntos internos de Hong Kong.

A eleição aconteceu num clima de tensão, com protestos junto ao local onde decorria a votação. A polícia usou barricadas para manter os manifestantes afastados. Os activistas denunciaram as "interferências" de Pequim, voltando a colocar a tónica na exigência de que a escolha do chefe do Executivo do território seja feita por sufrágio universal.

"Hong Kong precisa de uma nova forma de pensar", sublinhou Lam, comprometendo-se a cumprir as promessas eleitorais como uma redução de impostos para estimular a investigação e o desenvolvimento, o combate ao alto custo da habitação e um reforço do investimento em educação.

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