Cameron vai cumprir mandato até ao fim mesmo que haja um "Brexit"

Primeiro-ministro britânico prometeu, no entanto, que o Governo seria completamente remodelado, para dar mais poder aos partidários da saída do Reino Unido da UE.

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David Cameron continua a usar os argumentos económicos para pedir o voto na permanência na UE Reuters

David Cameron assegurou que se manterá no cargo de primeiro-ministro até ao fim do mandato, seja qual for o resultado do referendo à permanência do Reino Unido na União Europeia, que se realiza a 23 de Junho.

Numa entrevista à BBC, Cameron disse que remodelará o Governo de forma a dar mais poder aos conservadores partidários do "Brexit" no caso da saída vencer.

"Se votarmos a favor da saída, continuarei a ser primeiro-ministro? Sim. Formarei um governo que inclua todos os talentos do Partido Conservador? Sim. Penso que este é o melhor caminho para o país? Não", disse Cameron na entrevista.

O primeiro-ministro britânico confirmou que vai "cumprir" as instruções que lhe forem dadas pelos eleitores se estes optarem pela saída. Explicou que os dois anos de negociações que se seguem a um cenário de saída vão "sugar a energia do governo e do país", quando "se devia estar a conquistar o mundo".

Perante as sondagens que mostram a subida dos partidários da saída, Cameron, reeleito em Maio do ano passado por maioria absoluta, advertiu que o Reino Unido pode estar a entrar "numa década perdida" se o "Brexit" triunfar.

O entrevistador colocou Cameron perante previsões que dizem que o impacte económico da saída da União Europeia será menor do que o do grande crash de 2008, ao que Cameron respondeu: "Quem quer votar a favor de uma recessão?" Frisou que um cenário de "Brexit" terá consequências que serão "muito difíceis" de gerir pelo governo.

"Mas acima de tudo, será muito difícil para as famílias britânicas. Receio que as pessoas percam empregos", disse Cameron, que tem feito da economia o centro da sua campanha pela permanência do Reino Unido na UE.

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