Bebé de quatro dias foi um dos mais de 480 migrantes resgatados no Mediterrâneo

Dois barcos de borracha com mais de 200 migrantes foram interceptados no Mediterrâneo. Operação de resgate coube a organização não governamental espanhola.

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Daniel Calvelo pega na menina ainda dentro do barco de borracha Reuters/YANNIS BEHRAKIS
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"Há uma semana, pela primeira vez, eu peguei num cadáver do Mediterrâneo. E agora, peguei numa vida", disse Daniel Calvelo, 26 anos Reuters/YANNIS BEHRAKIS
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Os dois barcos tinham mais de 200 pessoas Reuters/YANNIS BEHRAKIS
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A organização não governamental espanhola navega no Mediterrâneo por causa dos migrantes Reuters/YANNIS BEHRAKIS
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O bebé não era a única criança a bordo Reuters/YANNIS BEHRAKIS
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A menina de quatro dias já em terra Reuters/YANNIS BEHRAKIS
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A criança com a mãe Reuters/YANNIS BEHRAKIS

Um bebé de quatro dias foi um dos mais de 480 migrantes resgatados por navios humanitários no sábado, em operações de busca e salvamento no Mar Mediterrâneo.

A criança viajava com a mãe, o pai e um irmão de dois anos e seguia num dos dois barcos de borracha que transportavam mais de 200 migrantes da África Central e do Norte, do Sri Lanka e do Iémen e que se encontravam a cerca de 22 milhas náuticas ao Norte da cidade líbia de Sabratha, o ponto de partida mais usado pelos contrabandistas.

A operação coube à organização não governamental espanhola Proactiva Open Arms e durou três horas. Os migrantes foram transferidos para o antigo pesqueiro Golfo Azzurro, que deverá chegar à cidade portuária siciliana de Augusta neste domingo à tarde.

Os outros migrantes resgatados, a bordo de outros dois barcos de borracha, foram salvos pelo pessoal do navio de mantimentos Vos Prudence, disse à Reuters um porta-voz da Guarda Costeira. Esses deverão chegar a Itália na segunda-feira, mas o seu destino ainda é desconhecido, acrescentou o mesmo responsável.

"Há uma semana, pela primeira vez, peguei num cadáver do Mediterrâneo. E agora, peguei numa vida", disse Daniel Calvelo, 26 anos, que transferiu o bebé da balsa para o barco de resgate. 

A mãe da menina, uma mulher nigeriana de 29 anos, e o seu marido, um trabalhador de 34 anos do Gana, também foram resgatados. Há mais de dois anos que viviam na Líbia e decidiram partir para a Europa depois de a criança nascer. "Queremos ir para a França ou para a Alemanha, onde há um futuro para nossa família", revela Richard Ohene, o pai.

A Itália tornou-se o principal ponto de chegada europeu para as pessoas que fogem da perseguição e da pobreza em África, a maioria delas atravessando o Mediterrâneo a partir da Líbia. Este ano, quase 600 imigrantes morreram na tentativa de chegar à Itália, a partir do Norte de Àfrica, estima a Organização Internacional das Migrações. Acredita-se que cerca de 4600 pessoas tenham morrido no ano passado.

No total, 181 mil imigrantes chegaram à Itália em 2016, cerca de metade do total que chegou à União Europeia por via marítima.

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