Freguesia do centro de Lisboa quer conhecer realidade social dos moradores

A Junta de Freguesia da Misericórdia receia que os dados dos Censos estejam já desactualizados, motivo pelo qual vai realizar inquéritos aos residentes.

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daniel rocha

A Junta de Freguesia da Misericórdia, localizada no centro de Lisboa, está a realizar inquéritos aos residentes para obter um diagnóstico social desta zona, de onde têm saído moradores para dar lugar a unidades de alojamento local.

"O objectivo é conhecermos um pouco melhor a realidade da nossa freguesia para podermos agir melhor, nomeadamente junto da população mais vulnerável, os idosos e os carenciados", disse à agência Lusa a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, Carla Madeira (PS).

Segundo a autarca, os últimos dados disponíveis são os dos Censos 2011, que "já estão um bocadinho desactualizados" e "não têm informação tão vocacionada para a parte social".

"A realidade também mudou nos últimos anos: houve muitas pessoas que saíram - a população residente diminuiu em, pelo menos, mil eleitores - e muitos fogos que eram para habitação permanente são agora de alojamento local", observou Carla Madeira.

A responsável receia, assim, "que os dados que existam dos Censos já estejam muito alterados".

Em causa está uma parceria da autarquia com a associação Serve the City, que faz parte da comissão social da Junta e que, através de voluntários, se foca em assuntos como a exclusão social, os sem-abrigo, os idosos, as crianças e jovens em situações de maior vulnerabilidade, entre outros.

A realizar os inquéritos porta a porta, até ao dia 11 de Fevereiro, estão "recursos humanos da Junta e voluntários" devidamente identificados com cartões e coletes, indicou Carla Madeira.

Este é um investimento financeiro "pouco significativo".

Mais expressivo, na ordem dos 18 mil euros, é o investimento da autarquia para obter dados sobre "o impacto que o turismo está a ter na zona", referiu a responsável.

O valor é referente ao contrato celebrado entre a Junta e a Quaternaire Portugal - Consultoria para o Desenvolvimento, que vai analisar a "alteração das dinâmicas residenciais, económicas e urbanísticas".

Carla Madeira adiantou à Lusa que conta ter os primeiros resultados dos dois estudos no final do primeiro trimestre deste ano.

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