Câmara desembarga campos de padel contestados há anos em Telheiras

Junta de freguesia e moradores da Quinta dos Inglesinhos insatisfeitos com a solução aprovada por Manuel Salgado.

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Câmara autorizou o recomeço das obras na Quinta dos inglesinhos DR

O vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa, Manuel Salgado, levantou no início deste mês o embargo que tinha imposto em Setembro passado à construção de um complexo desportivo, em Telheiras, cuja estrutura já ultrapassara em 1,5 metros o máximo previsto no projecto aprovado pelo município. 

Na sequência desse embargo, o director municipal de Urbanismo, Catarino Tavares, comunicou ao presidente da Junta de Freguesia de Carnide, Fábio Sousa (CDU), que iriam ser tomadas várias medidas por forma a ir ao encontro das pretensões da junta e dos moradores da Quinta dos Inglesinhos. Entre as iniciativas anunciadas pelo responsável municipal, em nome de Manuel Salgado, encontrava-se a avaliação da possibilidade de reduzir a altura dos campos de padel que ocupam o bloco mais alto do pavilhão.

Isto porque os moradores dos prédios vizinhos, que há muito contestam a construção do complexo devido aos seus impactos, nomeadamente em matéria de estacionamento, haviam concluído que a altura dos campos de padel em construção ultrapassava em muito o mínimo regulamentar de seis metros.

Nessa altura, a empresa promotora da construção do complexo de ténis e padel, que incluirá também um restaurante e áreas de apoio, explicou o incumprimento do projecto aprovado com o facto de ter sido necessário construir, “por pressão da câmara”, uma área de estacionamento  com 25 lugares por baixo do piso dos campos de Padel.

Num mail enviado a Catarino Tavares logo depois de tomar conhecimento do embargo da obra, Fábio Sousa escreveu que este problema existe “única e exclusivamente” porque “a Câmara de Lisboa quis poupar os promotores“, permitindo-lhes o aumento da volumetria em vez de os obrigar a construir um parque de estacionamento subterrâneo.

Foi depois deste email que Manuel Salgado deu instruções para que os serviços confirmassem, junto do Departamento de Desporto do município e das entidades desportivas competentes, “as dimensões relativas ao pé-direito livre do corpo dos campos de padel, no sentido de promover a sua redução para os mínimos regulamentares.

No entanto, a informação em que Catarino Tavares propôs o levantamento do embargo, no dia 1 deste mês, nada diz sobre as prometidas diligências. As condições impostas ao promotor para poder retomar  a obra ficam-se pela reposição do pavilhão de acordo com o projecto aprovado, pela retirada de uma espécie de murete (platibanda) em volta da cobertura e execução desta em quatro águas. Por outro lado, foi imposta a criação de 55 lugares de estacionamento em torno do pavilhão, em vez dos 33 que estavam no projecto.

A junta de freguesia de Carnide e alguns moradores já manifestaram a sua insatisfação face à solução encontrada e não excluem novos protestos.  

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