Agência do Ambiente diz que mais de 80% dos sensores nacionais funcionam

Responsáveis falam em cerca de metade dos sensores inoperacionais na bacia hidrográfica do Douro, durante o alerta de cheias do fim-de-semana.

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As últimas cheias nas ribeiras do Porto e de Gaia causaram apenas prejuízos materiais Paulo Pimenta

A Agência Portuguesa do Ambiente garante que 80% da rede de monitorização do risco de cheias está operacional. A informação foi prestada ao PÚBLICO, depois de o vereador da Protecção Civil da Câmara do Porto, Sampaio Pimentel, e da Capitania do Porto do Douro terem afirmado que durante o fim-de-semana, cerca de metade dos sensores que ajudam a avaliar o risco de cheias estavam inoperacionais.

Segundo José Matos, oficial adjunto da Capitania do Porto do Douro, esta é uma situação que se arrasta há vários anos e para a qual a agência tem sido avisada recorrentemente. Sampaio Pimentel acrescentou que grande parte dos problemas decorrerá de actos de vandalismo. Se a APA confirma esta segunda parte, não faz o mesmo em relação à primeira.

Numa resposta escrita enviada ao PÚBLICO, a agência garante que “a rede hidrometeorológica da APA está quase totalmente recuperada, tendo a sua reabilitação sido iniciada em Outubro de 2014 e estando agora em funcionamento mais de 80% da rede de monitorização”. A assessoria de imprensa da APA descreve que, no fim-de-semana “estiveram em funcionamento e a disponibilizar dados em tempo real as estações hidrométricas, localizadas noa aproveitamentos hidroeléctricos geridos pela EDP e nos cursos de água, bem como as estações udográficas (registo contínuo de precipitação)”. Na bacia hidrográfica do rio Douro, acrescenta-se, uma das 11 estações udográficas não funcionou, o mesmo acontecendo com oito das 23 estações hidrométricas, que medem os níveis, caudais e volume dos rios (cerca de 35%).

A APA garante mesmo que “as estações de monitorização relevantes para emitir alertas hidrológicos estavam todas operacionais e a inoperacionalidade de algumas estações estão relacionadas com actos de vandalismo ou problema de fraca cobertura GSM (por exemplo, no rio Paiva)”.

Apesar de ter afirmado ao PÚBLICO que os avisos e actuação dos serviços durante a pequena cheia do Douro no Porto, no domingo e madrugada de segunda-feira, tinha corrido “muito bem”, José Matos, da capitania onde está instalado o Centro de Previsão e Prevenção de Cheias do Douro, disse que a inoperacionalidade dos sensores “afecta de alguma forma” o trabalho a desenvolver, ainda que a ausência de informação prestada pelo equipamento que não funciona tenha sido resolvido com o acesso a outros dados, como os prestados pela EDP.

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