A actividade económica terá acelerado em Julho, mas sem que o consumo siga a mesma tendência, de acordo com os indicadores do Banco de Portugal (BdP) que medem a evolução mensal da economia.

Segundo os dados publicados nesta sexta-feira pelo banco central, o indicador para a actividade económica subiu para 0,5% em Julho, depois de ter estabilizado em Junho face ao mês anterior (nos 0,3%). Desde o início do ano que se registava uma queda neste indicador, até o valor estabilizar em Junho.

Já o consumo privado voltou a descer no mês passado, prolongando a tendência de queda que se verifica desde Fevereiro – e que se seguiu a uma estabilização neste indicador desde meados de 2015, como sublinha do BdP. Em Julho, o valor foi de 1,6%, recuando face aos 1,8% registados no mês anterior.

Estes dados, ressalva o Banco de Portugal, são apenas “indicadores compósitos que procuram captar a evolução subjacente” da economia e, por isso, têm um “perfil mais alisado e não se destinam a reflectir em cada momento do tempo a evolução da taxa de variação homóloga” do consumo e da actividade económica como ela é depois contabilizada nas contas nacionais, cálcuilos que são dados a conhecer pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Os dados do banco central relativos a Julho coincidem com outros indicadores de tendência do INE para o mesmo mês, que vão no mesmo sentido. Com base nos inquéritos aos empresários, o instituto estatístico também apontava ontem para uma melhoria do clima económico, apesar de estimar uma diminuição da confiança dos consumidores.

O Governo continua a prever uma aceleração da actividade económica ao longo do ano, depois de se saber que o PIB teve no segundo trimestre um crescimento em cadeia idêntico ao registado nos três primeiros meses do ano.

Os dados das contas nacionais, divulgados na semana passada pelo INE, mostram que a economia cresceu de Abril a Junho 0,2% em relação ao primeiro trimestre. Em termos homólogos, o PIB progrediu 0,8%. O contributo da procura interna “para a variação homóloga do PIB diminuiu significativamente, devido a um crescimento menos intenso do consumo privado e a uma redução mais acentuada do investimento”, referia o INE.