Governo diz que Portugal vai bater novo recorde de turistas em 2016

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Público/arquivo

O ritmo de crescimento do sector do turismo em Portugal durante o primeiro semestre indica que vai ser batido novamente o recorde de visitantes estrangeiros neste ano, realçou o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, nesta terça-feira.

"Temos muito ainda para fazer no turismo, um sector em que as coisas estão a correr bem, que está a ter um crescimento muito bom este ano – como já teve em anos anteriores – e vai ter um novo recorde de turistas", salientou à Lusa o governante durante a cerimónia de apresentação do 'Portugal stopover', novo programa da TAP, em Lisboa.

"Está a crescer não só em número de turistas, mas também do valor gasto por turista", vincou o ministro, reafirmando o desejo de afirmar Portugal como um destino de qualidade.

"O turismo tem estado a crescer mas, ao crescer, isso cria uma responsabilidade e significa que temos que fazer não só mais, mas melhor", sublinhou, apontando para o esforço que está a ser feito ao nível da formação profissional, sendo uma das faces mais visíveis o investimento nas escolas do Turismo de Portugal.

TAP com programa para os turistas americanos

"Se vão chegar mais turistas, temos que lhes garantir também um melhor serviço", assinalou Caldeira Cabral.

E destacou: "Estamos a trabalhar numa estratégia agregadora no turismo, para os próximos dez anos, que inclui aspectos de mobilização do sector como este, em que uma empresa de transportes se associa a 150 empresas de animação, de hotelaria, de restauração e de vinhos para fazer melhor e oferecer o melhor a quem nos visita".

O ministro referia-se ao 'Portugal stopover', programa da TAP que oferece aos seus clientes dos voos de longo curso a oportunidade de fazer uma escala de um, dois ou três dias em Lisboa ou no Porto sem custos adicionais ao nível dos bilhetes.

Além disso, a TAP conta com uma rede de 150 parceiros nos sectores relacionados com o turismo que oferece descontos em hotéis, restaurantes e outras actividades.

Segundo a transportadora, em 2017 são esperados 150 mil visitantes ao abrigo deste programa, número que se prevê que dobre para 300 mil em 2018, possibilitando uma injecção de 150 milhões de euros na economia portuguesa só em termos de consumo.

Os EUA são um dos mercados que a TAP quer conquistar com este programa, até de forma a acompanhar o forte aumento da oferta de voos para aquele país nos últimos tempos.

David Neelman, accionista da TAP, considerou mesmo que a companhia não fez um trabalho "sério" naquele mercado nos últimos anos, devido à fraca aposta ao nível de rotas e voos, algo que quer inverter com a nova estratégia. "Portugal tem uma boa imagem nos EUA, mas ninguém conhece o país [presencialmente]. Há 27 milhões de turistas americanos que visitam a Europa, mas são muito poucos os que cá vêem", disse à Lusa.

"Agora, com o 'TAP stopover' podemos dizer-lhes: vão a caminho da Europa, mas fiquem um pouco para conhecer Portugal", frisou.

Fernando Pinto, presidente da TAP, alinhou pelo mesmo diapasão, confirmando que a transportadora fez um "deslocamento" do seu eixo com a aposta nas novas rotas para os EUA.

"Queremos trazer para cá esses turistas. Muitos virão com o destino Portugal, mas outros seguirão para outros destinos na Europa. Nós queremos que eles permaneçam algum tempo", afirmou, acrescentando que a aposta não é só nos turistas vindos dos EUA, mas também do Brasil, de África e do Norte da Europa.

Já Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, destacou que "as coisas têm corrido bem no turismo" na capital, tal como no resto do país, mas advertiu que não pode ser cometido o erro de achar que como tudo está a correr bem, não é preciso fazer nada para dar continuidade a esta tendência no futuro.

"Precisamos de fazer mais e precisamos de fazer melhor", considerou, assinalando que o crescimento do turismo não é apenas uma moda passageira, pelo que é preciso redobrar os esforços para manter esta tendência positiva.

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