Empreendedores agrícolas vão ter guia sobre como lançar negócio

Documento foi elaborado pela Inovisa, incubadora do Instituto Superior de Agronomia, e é uma iniciativa da McDonald’s.

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Novos negócios na agricultura incluem utilização de tecnologia José Sarmento Matos

Um guia para empreendedores agrícolas vai ser lançado na terça-feira em Lisboa e é o primeiro dedicado ao sector, com informações sobre modelos de negócio, burocracias necessárias para abrir uma empresa ou financiamento. A iniciativa é da McDonald’s e o documento, em formato digital, foi elaborado pela Inovisa, a incubadora de empresas do Instituto Superior de Agronomia (ISA).

Luís Mira, professor e presidente da Inovisa, explica que o ponto de partida foi criar um documento completo, inspirado no existente Guia do Empreendedor do IAPMEI, mas adaptado à realidade agrícola e aos novos conceitos de inovação, como a lean inovation. Neste modelo dá-se importância ao teste do produto no mercado: a ideia inicial vai sendo melhorada à medida dos resultados que se obtém junto dos potenciais clientes, numa metodologia que, diz Luís Mira, “é muito mãos na massa”.

Além da componente teórica, o guia inclui vídeos com casos práticos de parceiros da McDonald’s, como a Vitacress, produtora de alfaces lavadas e embaladas que fornece a cadeia de restauração, ou a Campotec, que fornece, por exemplo, o tomate fatiado. A MacDonald’s lançou a MBIA (McDonald's Business Initiative for Agriculture) para produzir e partilhar conhecimento entre os agricultores e aproximá-los do “universo de empreendedorismo nacional”. Na terça-feira haverá uma espécie de TED Talk onde estarão empresas já instaladas, como a Terrius, um agrupamento de agricultores da Serra de S. Mamede que promove os produtos locais, e empreendedores que vão divulgar as suas ideias de negócio.

“Tenho dado apoio a jovens agricultores numa formação – são pessoas que já estão preparadas – e o normal é não terem pensado de forma estruturada nos modelos de negócio e nas opções técnicas que têm. Não há um pensamento de um modelo de negócio”, ilustra Luís Mira, para se referir à necessidade de um guia orientador.

O professor do ISA diz que, a par das empresas já instaladas e com dimensão, há outras novas a surgir, “muito ligadas ao regadio e ao Alqueva, onde há disponibilidade de água e boas condições para produção”. Os novos negócios incluem a produção intensiva não só de frutos secos (amêndoa), como de olival. Há ainda um “empreendedorismo ligado à prestação de serviços à agricultura”, relacionados com automatismo ou digitalização de processos. “A IBM e a Google estão a olhar para o sector, que tem imensas oportunidades por explorar na área da robótica e automatismo”, detalha.

 

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