"Indiscutivelmente um sucesso", diz Costa sobre emissão de dívida da CGD

Primeiro-ministro rejeita críticas de Pedro Passos Coelho, que argumentou que o país vai pagar "um preço elevadíssimo" pela emissão obrigacionista.

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Costa foi a Roma assinalar os 60 anos do tratado fundador da União Europeia Reuters/REMO CASILLI

A emissão de dívida realizada na quinta-feira pela Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi “indiscutivelmente” um “sucesso”, não só para o banco como para o conjunto do sistema financeiro português. A avaliação foi feita, este sábado, pelo primeiro-ministro, António Costa, que responde assim às críticas feitas pelo líder do PSD, Pedro Passos Coelho, às operações em que foi feita a operação.

A CGD realizou na quinta-feira uma emissão de obrigações perpétuas de 500 milhões de euros a uma taxa de 10,75%. Costa salientou que é necessário ter em conta que se trata “de uma dívida que é uma dívida perpétua, de elevado risco". "É a primeira vez que um banco português coloca no mercado internacional”, salientou o primeiro-ministro, em Roma, à margem das celebrações dos 60 anos dos Tratados fundadores da União Europeia, em declarações citadas pela agência Lusa. 

O líder do Governo defendeu que a operação no banco público português deve ser comparada com operações do mesmo feitas por outros bancos, usando como o exmeplo o espanhol Banco Popular, que emitiu obrigações com juros de 12%: "Fez uma emissão idêntica com uma taxa de juro claramente superior”.

“Esta é indiscutivelmente uma operação que é um sucesso, primeiro pela sua originalidade, segundo por ter tido uma procura que foi quatro vezes a dimensão da oferta que existia. E representa não só um sucesso para a Caixa, como um sucesso para o conjunto do sistema financeiro português, porque abre as portas para que o nosso sistema financeiro possa encontrar novas formas de capitalização para além das que tradicionalmente tem encontrado”, concluiu.

O líder do PSD, Pedro Passos Coelho, tinha criticado, na quinta-feira, a operação, considerando que o país vai pagar "um preço elevadíssimo" pela emissão obrigacionista  Sem colocar em causa a importância da recapitalização da CGD nem que esta operação deva ser feita sem ter impacto no défice, Passos considerou que a emissão não pode ser considerada um sucesso, tendo em conta que o Estado e os contribuintes nunca verão a Caixa devolver 11% em lucros.

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