Certificados de Aforro: particulares retiraram 120 milhões com fim dos prémios

Investimento em produto alternativo do mesmo género (CTPM) ascendeu a 410 milhões de euros em Janeiro, acima dos meses anteriores.

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Tal como se esperava, famílias reagem à queda de juros dos Certificados de Aforro. pbc pedro cunha

O fim dos prémios nos Certificados de Aforro (CA) da série A e B, que reduzem a taxa de juro, estão a gerar um elevado número de resgates. Em Janeiro, primeiro mês após o fim dos prémios, o saldo deste produto encolheu em 123 milhões de euros, revela o Boletim Estatístico, divulgado esta terça-feira.

O montante de resgates será superior ao da variação do saldo global, já que todos os meses se verificam algumas subscrições, que são anuladas pelas saídas, mas os dados divulgados pelo Banco de Portugal são globais, impedindo essa distinção.

Como era expectável, boa parte do dinheiro retirado dos CA foi canalizado para os Certificados do Tesouro Poupança Mais (CTPM), com taxa de juro mais elevadas, que viu o valor mensal subir em 410 milhões de euros, acima do habitual.

O fim dos prémios extraordinários, criados em 2012 e com data-limite de 31 de Dezembro de 2016, reduziu a taxa de juro bruta da série B de 3% para 2% . Na série C, caiu o prémio de 2,75%, mas o seu impacto na taxa final desde período depende do ano de subscrição e dos prémios entretanto acumulados.

As duas séries foram encerradas - a B em 2008 e a C em 2015  -, existindo em aberto, ou seja, aceitando novas subscrições, a série D. A taxa de juro  anual bruta da série D, para subscrições realizadas em Fevereiro, está em 0,672%. Os CTPM, continuam a manter uma remuneração atractiva, com uma taxa progressiva que começa em 1,25% no primeiro até 3,25% no quinto ano, o que dá uma taxa média bruta de 2,25%.

Em recente entrevista ao PÚBLICO, Cristina Casalinho, presidente do IGCP, a agência que gere a dívida pública, já antevia a rotação de aplicações dos CA para os CTPM. Mas isso não choca com a estratégia de diversificação. “Até agora, verifica-se que [os investidores] saem dos Certificados de Aforro e entram nos CTPM. Não há uma saída, o que se verifica é uma rotação. E um dos contributos que aumentámos na última apresentação aos investidores foi o do retalho. É que, além das substituições da série C por CTPM, houve muitas entradas líquidas”, referiu.

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