Banco de Portugal detecta falhas na gestão do BIC

Inspecção feita em 2015 foi justificada pela fusão entre o BIC e o BPN, noticia o Expresso.

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Mira Amaral, presidente executivo do BIC Portugal, e Fernando Teles, presidente do conselho de administração. Rui Gaudêncio

O Banco de Portugal (BdP) detectou falhas nos procedimentos internos do BIC, que começou a operar em Portugal em 2008. No relatório confidencial a que o Expresso teve acesso, o regulador identificou mais de cinco dezenas de problemas, nomeadamente, créditos aprovados que tinham sido chumbados pelo conselho de crédito, assembleias gerais a que só iam dois accionistas e falta de transparência.

A inspecção do BdP foi realizada dois anos depois da fusão entre o BIC e o BPN e as suas conclusões foram transmitidas ao banco em Junho do ano passado.

No relatório, a instituição liderada por Carlos Costa conclui que “o BIC apresenta um conjunto de fragilidades relevantes na estrutura de governo interno, nomeadamente ao nível do funcionamento dos seus órgãos sociais, do envolvimento dos mesmos na definição, discussão e acompanhamento da estratégia e da actividade corrente do banco e da adequação dos recursos alocados às funções de controlo”.

Entre as situações exemplificadas pelo semanário destaca-se o reduzido interesse e envolvimento da maioria dos accionistas na vida do banco, sobressaindo a ausência de Isabel dos Santos (a maior accionista do BIC) que apenas foi a uma reunião do conselho de administração em três anos, não se tendo feito representar.

Além disso, as actas das reuniões apenas fazem referência aos pontos aprovados, não havendo qualquer registo dos temas discutidos; verificou-se uma concentração do poder de decisão no presidente do conselho de administração, Fernando Teles; e falta de transparência no processo de decisão interna.

Nem Fernando Teles, nem Mira Amaral, presidentente executivo do BIC Portugal, quiseram comentar ao Expresso as conclusões do relatório do BdP.

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