ANA alerta para possíveis perturbações nos aeroportos na quinta-feira

Greve do pessoal de segurança poderá causar transtornos no processamento de passageiros, diz a gestora dos aeroportos.

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A gestora dos aeroportos nacionais alertou nesta terça-feira os passageiros para eventuais transtornos causados pela greve dos trabalhadores das empresas de segurança, convocada para a próxima quinta-feira.

Devido à greve, “é previsível que o processamento de passageiros nos aeroportos nacionais sofra constrangimentos na próxima quinta- feira, dia 27 de Outubro”, refere a ANA numa nota enviada às redacções.

Para prevenir esse tipo de situações, a ANA “recomenda aos passageiros que viagem nesse dia que se desloquem para os referidos aeroportos com antecedência superior à habitual”.

"Vamos seguir a recomendação da ANA", disse fonte oficial da TAP, explicando que os passageiros da transportadora também vão ser aconselhados a apresentarem-se mais cedos nos aeroportos.

A greve nacional de 24 horas foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores de Serviços de Portaria, Vigilância, Limpeza, Domésticas e Actividades Diversas (STAD), que reivindica uma actualização do contrato colectivo de trabalho dos vigilantes.

"Há cinco anos que estamos a tentar negociar um contrato colectivo com os patrões e tem sido impossível", afirma o sindicalista Rui Tomé. Em causa estão empresas como a Prosegur, a Securitas ou a Charon, representadas pela Associação de Empresas de Segurança (AES). Contactada pelo PÚBLICO, a secretária-geral da AES, Bárbara Marinho e Pinto, garante que a associação "tem dialogado com todos os sindicatos e relativamente a todas as categorias profissionais e a outras matérias do contrato colectivo". No caso dos seguranças dos aeroportos, diz que a associação tem feito "um trabalho muito intensivo, procurando encontrar pontes com os sindicatos". Bárbara Marinho e Pinto argumenta ainda que a AES "tem estado envolvida num processo negocial muito difícil, já que se desenrola num contexto em que as empresas cumpridoras estão a ser asfixiadas pelo fenómeno do trabalho não declarado associado ao dumping". 

Outro membro da direcção do STAD, Carlos Trindade, adiantou ao PÚBLICO que é impossível antecipar o impacto que a greve possa vir a ter nos aeroportos portugueses, já que o pessoal de segurança aeroportuária representa apenas 1500 de um total de 35 mil trabalhadores neste sector.

Além disso, os seguranças dos aeroportos têm estado a negociar um contracto colectivo próprio com aquela associação de empresas. No dia 27 de Agosto, uma greve destes seguranças causou atrasos nos embarques. Mas não é certo que essa situação se venha a repetir desta vez.

Vítor Mesquita, do SITAVA, que convocou o protesto de Agosto, diz não descartar a hipótese de haver seguranças do aeroporto a aderir à greve nacional de quinta-feira, mas refere que há negociações em curso com as empresas empregadoras para um acordo que poderá entrar em vigor já em 2017. "Estamos empenhados" na conclusão das negociações "até 30 de Novembro", explicou, acrescentando que a AES "mostrou disponibilidade para mais reuniões".

Acusando o SITAVA de, “de forma errada, ter pretendido passar a representar os vigilantes aeroportuários”, Carlos Trindade, do STAD, diz que se trata de uma situação que “leva à desunião do sector”, e que beneficia os patrões.

Além da greve, na quinta-feira o sindicato também convocou uma concentração junto à sede da AES, na Avenida Álvares, em Lisboa. O início da concentração está previsto para as 14h30 e o objectivo é seguir depois, a partir das 16h00, para a Assembleia da República, onde os manifestantes pretendem entregar uma resolução aos deputados.

Revelando que são esperados autocarros com manifestantes vindos de Coimbra, Faro e Évora, entre outras localidades, Carlos Trindade disse que o STAD está a contar com "pelo menos 700 a 800 pessoas” na concentração.

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