E que tal regressar aos fundamentos?

Um governo minoritário não é uma anomalia democrática. A circunstância de se ver obrigado a negociar, orçamento a orçamento, diploma a diploma, lei a lei, não é o resultado de uma disfunção do regime.

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A democracia é, a todos os títulos, uma ideia simultaneamente genial e radicalmente inovadora. Implica nada menos do que a institucionalização do conflito e a substituição da violência e da força (as formas tradicionais de o resolver) por regras pré-acordadas e por instituições materiais e imateriais que as preservam e que zelam pela sua aplicação. Não é por acaso que os vários populismos fazem da descredibilização das instituições políticas todo um programa de ação: sabem bem que não há democracia sem elas. Não é à toa que os vários radicalismos testam constantemente os limites da democracia e ensaiam em permanência novas formas de “resistência” ou de “ação direta” à margem do conflito institucionalizado: sabem bem que a substituição do conflito aberto por regras civilizadas para o dirimir lhes retira força e capacidade de influenciar ilegitimamente o jogo político.

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