Um governo sem força para mudar, mas com força para gastar

O desejo de Pedro Nuno aparecer na fotografia que distribui milhões por funcionários públicos é mais do que evidente. André Ventura, como é óbvio, foi pelo mesmo caminho.

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A discussão sobre o putativo orçamento rectificativo, que muito provavelmente nem vai existir, tem sido fascinante. Por um lado, a aritmética do Parlamento não deixa dúvidas quanto à fragilidade do futuro executivo de Luís Montenegro, que está obrigado a negociar tudo com toda a gente, incluindo com o seu parceiro de coligação. (Note-se que o PSD acabou por ficar dependente dos dois deputados do CDS para ter mais votos do que o PS, o que dá mais poder a Nuno Melo do que ele alguma vez imaginou ter, nomeadamente para torcer o nariz ao convívio com a Iniciativa Liberal.) Mas, por outro lado, esse governo que vai ter de negociar tudo com todos ao longo da legislatura, subitamente, encontra-se na curiosa posição de ter 128 deputados – 78 do PS mais 50 do Chega – cheios de vontade de votarem a seu lado no tal orçamento gordo que propõe gastar mais no SNS e aumentar salários a polícias e professores.

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