BE, PCP, Livre e PAN foram à greve dos jornalistas e pediram a sua “valorização”

BE e PAN querem que haja mais “transparência” relativamente aos detentores dos órgãos de comunicação social e o PCP defende uma menor “concentração monopolista dos media”.

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Os jornalistas estiveram em greve contra os baixos salários, a precariedade ou a sobrecarga laboral Nelson Garrido
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O Bloco de Esquerda, o PCP, o Livre e o PAN marcaram presença esta quinta-feira na concentração dos jornalistas, que estiveram em greve ao fim de 40 anos, defendendo de forma uníssona que se valorizem os profissionais. Também os líderes do PSD e PS se solidarizaram com a classe, embora não tenham comparecido na manifestação.

Os primeiros a pronunciarem-se foram os bloquistas, que defenderam que "a precariedade, os baixos salários e o excesso de horas de trabalho" dos jornalistas "são indignos" e "colocam em causa a qualidade e a liberdade do jornalismo e o direito à informação". "Num momento de ameaça às liberdades democráticas, ao jornalismo livre e à informação, esta é uma luta de defesa da democracia", escreveram nas redes sociais.

Depois de, durante a campanha eleitoral, Mariana Mortágua se ter comprometido a levar o tema à Assembleia da República na próxima legislatura, o partido aproveitou para lembrar as suas propostas na área do jornalismo, como "melhores salários e condições de trabalho e cumprimento do contrato colectivo no sector"; um "imposto sobre os gigantes digitais para financiar os apoios ao jornalismo"; ou "garantir a transparência da cadeia de titularidade e a avaliação da idoneidade dos accionistas e administradores".

Já o PCP optou por não se pronunciar após a audiência com o Presidente da República, em que era esperado que Paulo Raimundo fizesse declarações aos jornalistas, num gesto de solidariedade com a greve geral. E publicou também um comunicado online em que se mostrou "solidário" com os jornalistas e defendeu que "não há um jornalismo forte" com "instabilidade, precariedade, baixos salários e escassez de trabalhadores".

"Se os trabalhadores são desvalorizados", "é a liberdade de imprensa que está colocada em causa, é o regime democrático que sai empobrecido", afirmam os comunistas, que pedem a "valorização dos salários" e "carreiras" e "um vínculo efectivo". Isto, além do combate à "concentração monopolista dos media", que acusam de colocar "em causa" a "pluralidade e independência" dos meios de comunicação social.

Do lado do Livre, Rui Tavares mostrou igualmente "solidariedade com os jornalistas em greve". "A luta pela valorização do jornalismo e respeito às condições dignas de trabalho é uma causa que deve unir a todas e todos nós em democracia", afirmou o co-porta-voz do partido no X.

A partir da concentração dos jornalistas, Inês Sousa Real partilhou uma publicação nas redes sociais em que disse estar "ao lado do jornalismo e de todos os profissionais" em greve. "Precisamos de uma imprensa livre e robustecida, onde se valorize os profissionais e combata a precariedade e onde haja transparência no que respeita aos fundos que detêm os diferentes meios", sustentou a porta-voz do PAN.

PSD e PS pedem mais liberdade e independência

Sem comparecerem no protesto, os líderes do PSD e do PS também utilizaram as redes sociais para apoiarem os jornalistas. Luís Montenegro considerou que "o jornalismo é vital para a democracia", argumentando que "os jornais, televisões e rádios" só podem ser "fortes, livres e independentes" se os jornalistas o forem.

E Pedro Nuno Santos defendeu que é necessária uma "uma comunicação social livre e independente de todos os poderes". Mas apontou ainda que os profissionais têm de ser "respeitados e valorizados". Para o líder do PS, esse é "um dos pilares de uma democracia forte e uma das condições para termos cidadãos informados".

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