Cristina Clara leva a Primavera à Madeira, entre Lua Adversa e alguns inéditos

Finalista do Festival da Canção, a cantora e compositora Cristina Clara actua nos dias 15 e 16 no Centro Cultural e de Investigação do Funchal, onde estreará alguns inéditos.

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Cristina Clara JOANNA CORREIA
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Foi em 2021 que Cristina Clara lançou o primeiro álbum, Lua Adversa, cruzando sons de Portugal e do Brasil. E este ano foi finalista do Festival RTP da Canção com um tema de sua autoria, Primavera. Agora, passada menos de uma semana, vai actuar por duas noites consecutivas na Madeira, dias 15 e 16, no Centro Cultural e de Investigação do Funchal (às 21h), onde, além da canção que levou ao festival, estreará alguns temas inéditos.

“Vou cantar temas do Lua Adversa, a Primavera e vai haver também a apresentação de alguns temas novos, que ainda não estão gravados e que deverão fazer parte do próximo disco, a sair ainda este ano”, diz a cantora ao PÚBLICO. “Os temas do Lua Adversa já sofreram várias metamorfoses, com arranjos diferentes dos do disco. E vamos ter pela primeira vez connosco ao vivo a flautista italiana Barbara Piperno, que gravou no disco temas onde a flauta é muito presente, como Lua, Vira do Mondego ou Flor amorosa.” Com Cristina Clara (voz e percussões) e Barbara Piperno (flauta transversal), vão estar Pedro Loch (guitarra clássica), Edu Miranda (bandolim) e Rolando Semedo (baixo).

O convite para estes dois concertos partiu da Madeira, diz Cristina: “E na verdade deixou-me muito feliz, porque vem na sequência deste tema do festival, Primavera, e a Madeira é uma ilha que é quase uma Primavera permanente. Tem esse simbolismo poético, logo a seguir ao festival aterrar na Madeira com este trabalho.”

A experiência do festival, onde a canção que Cristina Clara criou e interpretou ficou em 12.º lugar na final, foi para ela positiva: “O voto do público prevaleceu. Mas foi uma experiência muito enriquecedora em vários aspectos. Primeiro, porque foi uma oportunidade de fazer uma canção de raiz. E embora tenha um título que aparentemente remete para uma coisa naïf, na verdade é uma letra que fala bastante do momento actual que vivemos e da necessidade de florescer, apesar de tempos bastante invernosos, no que respeita à nossa liberdade de expressão, à liberdade de outros povos espalhados pelo mundo que neste momento estão inibidos, quase, de exprimir a sua identidade. E por isso fiz questão de levar uma música identificada com o trabalho que faço. Não escolhi um género de festival, senti que o mais honesto era levar a música em que acredito, e por isso levei esta morna com influência do fado, com composição musical de Jon Luz.”

Nascida no Minho, em Vila Nova de Famalicão, a 19 de Dezembro de 1983, Cristina Clara rumou a Lisboa após concluir o curso de Enfermagem no Porto, dividindo os seus dias entre a música e o trabalho de enfermeira no Hospital de Santa Maria. Depois, para dar mais tempo à música sem deixar a área da saúde, instalou-se no Porto. Mas foi em Lisboa que se aproximou do fado e da música brasileira: fez parte do elenco de uma peça de teatro alusiva a uma casa de fados e foi convidada pelo fadista Marco Rodrigues para cantar no Café Luso. Ao mesmo tempo, as tertúlias que ia frequentando (nomeadamente a do Tejo Bar, em Alfama) foram-lhe alargando os horizontes musicais, e daí o seu disco de estreia reunir músicos de Portugal e do Brasil, sintetizando tais experiências.

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