Mercadona quase duplica vendas anuais em Portugal

Grupo espanhol, que começou a operar em território nacional em 2019, terminou o ano passado sem perdas em Portugal, revela Juan Roig, fundador e líder da retalhista espanhola.

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Nelson Garrido
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No “melhor ano de sempre” de actividade da Mercadona, o grupo retalhista alimentar com sede em Valência atingiu vendas de 1403 milhões de euros no seu quarto ano completo em Portugal, um crescimento de 90% face aos 737 milhões de euros realizados em 2022. Para este ano, a previsão é atingir 1,9 mil milhões de euros de receitas em Portugal. No total, o grupo espanhol teve receitas de 35.527 milhões de euros no ano passado (mais 15% do que em 2022), anunciou esta terça-feira Juan Roig, fundador e presidente da Mercadona.

Na conferência de imprensa realizada esta terça-feira para apresentação dos resultados de 2023 e perspectivas de 2024, Juan Roig garantiu que, depois de 900 milhões de euros de investimento entre 2016 e 2023 em Portugal – o grupo iniciou o seu investimento três anos antes da abertura do primeiro supermercado em território português, em 2019 –, o ano passado foi o primeiro sem perdas. Assim, 2024 será, previu ainda o gestor, o primeiro exercício em que o grupo ganhará dinheiro em termos de resultados. “Estamos certos de que vamos ganhar dinheiro em Portugal” este ano, mercado sobre o qual “estamos muito satisfeitos”, disse Roig aos jornalistas esta manhã: “Queremos ser portugueses, ainda não somos — temos que ser muito mais portugueses.”

Há um ano, Roig tinha adiantado aos jornalistas que as perdas anuais em Portugal em 2022 tinham sido de 50 milhões de euros. Um desempenho dos resultados que, previu o presidente da administração da companhia esta terça-feira, ficou a zeros em 2023 e passará a positivo em 2024.

Portugal, o primeiro mercado de internacionalização do grupo, terminou o ano passado com 49 lojas no país (para um total de 1681 supermercados em toda a Península Ibérica), com 5300 pessoas empregadas (mais 1800 do que em 2023) e com mil fornecedores portugueses.

Este ano, a previsão é investir mais 196 milhões de euros no segundo país de expansão do grupo, abrindo mais 11 supermercados em Portugal e o centro logístico de Almeirim (“o maior” da retalhista na Península Ibérica), este último em Julho de 2024. “No final do ano, vamos estar em 12 distritos em Portugal”, resumiu Juan Roig.

O grupo reivindica uma quota de 8% do mercado português ao final de cinco anos, e de 27,6% em Espanha (mais 0,6% do que em 2022), o que lhe confere a liderança no retalho alimentar naquela economia — onde representou ainda 3,66% do emprego e 2,10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país, contextualizou o presidente da Mercadona, que conta com mais de 40 anos de existência.

Questionado durante a conferência de imprensa sobre o eventual impacto das eleições legislativas realizadas no passado domingo em Portugal, o fundador do maior grupo retalhista espanhol foi rápido em saudar o aumento da participação dos eleitores no sufrágio. Quanto ao resto: “Acreditamos totalmente na democracia”, aceitando os resultados e cumprindo as leis do país, respondeu Roig.

A nível consolidado, o grupo terminou o ano de 2023 com resultados líquidos, ou lucros, de 1009 milhões de euros, mais 40% do que no exercício de 2022. O ano passado cessou com 1681 supermercados operacionais em todo o território ibérico, “incluindo os arquipélagos espanhóis das Canárias e Baleares”, com um investimento de 1062 milhões de euros. Emprega actualmente, nos dois países, 104 mil pessoas.

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