Netanyahu “pessoalmente responsável” por desastre em 2021

Cerimónia que juntou 100 mil ultra-ortodoxos no Monte Meron, um local de acesso difícil, acabou com pânico e a morte de 45 pessoas.

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Observadores internacionais no dia seguinte ao acidente REUTERS/Amir Cohen
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A comissão de inquérito que investigou o desastre no Monte Meron em 2021, em que morreram 45 pessoas no que foi considerada a pior catástrofe civil de Israel, disse que o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, era “pessoalmente responsável” já que “sabia ou deveria ter sabido” dos perigos de celebrações religiosas num local sem condições de segurança para multidões.

As festividades no Monte Meron tinham já sido classificadas como “perigosas”, por juntarem demasiadas pessoas num local estreito e de acesso difícil, mas apesar de tudo não foram impostas restrições e juntaram-se mais de 100 mil homens e rapazes ultra-ortodoxos no local – dez vezes mais do que o número recomendado pelas autoridades (as mulheres celebravam num espaço diferente​).

Algo provocou pânico e uma corrida às saídas, alguns dos participantes escorregaram nos degraus íngremes do acesso, com 45 a morrer esmagados.

O relatório da comissão responsabilizou directamente Netanyahu mas “dada a posição de um primeiro-ministro ser a de um responsável eleito com características únicas foi decidido não emitir uma recomendação operacional em relação a ele”, cita o Haaretz, ou seja, não recomendou a sua demissão.

Por outro lado, foi recomendada a reabertura da investigação criminal ao que aconteceu pela procuradora-geral, um processo que ficou suspenso depois de ter sido estabelecida a comissão estatal.

O responsável da oposição Yair Lapid criticou Netanyahu e fez uma ligação entre o pior desastre civil de Israel e o pior ataque que sofreu a 7 de Outubro, apontando para “um padrão de negligência” (também a 7 de Outubro houve, após o ataque, relatos de avisos que não foram levados a sério, embora não seja claro até que nível do Governo).

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